O presidente Lula vai se encontrar com o presidente Shimon Peres e com o líder da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas. Ele vinculou suas visitas a Israel e ao Irã com a busca da paz, por entender que o conflito exige novos atores, e lamentou que os acordos mais recentes, como o de Oslo, somente têm produzido “prêmios Nobel e fotos de pessoas abraçadas”.
O longo relato de Lula contemplou o exemplo do shopping popular Saara, no Rio de Janeiro, “onde judeus e árabes vendem roupas e brinquedos lado a lado". A entrevista encerrou com o presidente citando um comercial de TV, onde dois meninos com a camisa da seleção brasileira, um judeu e um árabe, iniciam uma bela amizade, diante de um ambiente hostil. A mensagem, mesmo que possa parecer ingênua, é a que Lula quer levar como símbolo às nações em conflito.
O presidente brasileiro afirmou ao Haaretz que conversou com Ahmadinejad sobre suas declarações contra Israel. "Eu falei com o presidente do Irã e deixei claro que ele não pode continuar dizendo que quer a liquidação de Israel, assim como é inaceitável que ele negue o Holocausto”. Mesmo assim, o Brasil apoia o programa nuclear iraniano "para fins pacíficos" e foi um dos cinco países a votar contra a condenação ao Irã na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Ao Haaretz, Lula disse temer que as tensões entre Irã e Israel possam levar a uma guerra. "Os líderes com quem conversei acreditam que nós devemos agir rápido, porque de outra forma Israel vai atacar o Irã. Eu não quero que Israel ataque o Irã, assim como não quero que o Irã ataque Israel", disse o presidente.
Israel que Lula encontra é hoje um estado nazisionista que dificulta o acesso dos palestinos ao seu próprio território. Transforma o território de Gaza em um gueto onde os judeus racionam água, alimento e remédios. Um vergonhoso muro separa palestinos de palestinos e garante aos judeus a posse de terras que não lhes pertence. Por outro lado, observadores na Palestina ocupada temem que esteja em preparo uma nova Intifada (levante palestino), inevitável se os israelenses mantiverem a política de provocação, como a que impede que palestinos visitem a Mesquita Al-Aqsa, o terceiro mais importante sítio sagrado do Islã.
Foi com essa compreensão (ou temor?) que Hillary Clinton, a secretária de Estado dos EUA, disse que a iniciativa israelense de construir novas 1.600 residências em áreas palestinas "é um sinal profundamente negativo na abordagem de Israel para as relações bilaterais". Entretanto, Hillary e o vice-presidente Joe Biden parecem cumprir o que o Financial Times² deste domingo (14) chama de “uma ofensiva de charme”, cientes de que a “briga entre Israel e EUA reforça imagem de um Obama fraco”. Tanta fraqueza fez o jornal pan-árabe, Al Hayat, publicar um editorial nesta sexta-feira dizendo que Israel “domou” Obama.
Neste cenário, tirando as boas expectativas ao esforço comercial brasileiro, a investida do presidente Lula na conturbada área diplomática parece fadada ao fracasso. O perfil do nazisionismo de estado, vigente em Israel, prevalece com a cara do primeiro-ministro Netanyahu. Diferentemente do interlocutor escalado para receber Lula, o presidente Shimon Peres, cujo papel em Israel é “dourar a pílula” do regime com seu antigo charme social-democrata. Assim, o jornal Haaretz arrisca-se em prometer a vinda de um “profeta do diálogo”, mesmo que seja “simplesmente impossível não gostar dele”.
(1) http://www.haaretz.com/hasen/spages/1155868.html
(2) http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/fintimes/2010/03/13/briga-entre-israel-e-eua-reforca-imagem-de-um-obama-fraco.jhtm
Um comentário:
Depois do ESSE É O HOMEM do patrão Obama, depois do premio da elite financeira mundial em DAVOS só faltava mesmo este elogio dos genocidas judeus para abastecer o prato do insaciável "Lulinha paz e amor"
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