domingo, 8 de abril de 2012

Um erro gravísssimo

O Diário de Pernambuco, o Estado de Minas e o Correio Braziliense pertencem ao grupo dos Diários Associados que já foi o maior conglomerado de comunicação no Brasil sob a direção de Assis Chateaubriand.

Hoje apequenados, vez por outra tratam das informações internacionais sempre sintonizadas ao alinhamento ideológico automático com os interesses de Washington. Prática corrente de governos udenistas/tucanos da nossa história não muito passada.

Sinais daquilo que Nelson Rodrigues chamava de “complexo de viralatas”, quando do pessimismo de brasileiros na véspera do Brasil versus Suécia em 1958. Há muito ciosos de que nada prospera longe do protecionismo predador estadunidense.

Nesta semana, os viralatas elegeram como saco de pancadas o tratamento do câncer de Hugo Chávez, cidadão que muito incomoda, menos por ser um falastrão irreverente e mais por não se dobrar à secular subserviência de muitos.

O incômodo é multiplicado pelo fato de se ver este mandatário optar por seu tratamento em um centro de saúde competente e solidário como é o de Cuba. Mas, logo Cuba?! Por que não Huston ou São Paulo?

A eterna vigilância udenista/tucana inventou que o tratamento do câncer do inimigo seria transferido para São Paulo. Claro que não faltaram as insinuações de que um erro gravíssimo havia sido cometido pela medicina cubana.

Talvez,e há quem duvide e muito, preocupados com a saúde de Chávez, fizeram imediatos contatos com Palácio de Miraflores e o Hospital Sírio-Libanês. Os lugares certos para quem deseja uma boa apuração. Foi oficialmente negada a invencionice.

Não satisfeitos, ligaram para quem? Claro, para a mídia golpista venezuelana e, por essa via, um tal “médico intensivista venezuelano José Rafael Marquina, que garante ter acesso a dados sobre o prontuário de Cháves”. Veja bem: acesso a dados sobre e não ao próprio prontuário.

Com esta zelosa “apuração”, os três jornais associados puderam revelar, ontem, sábado, um “furo” orgástico de aleluia, uma vitória dos viralatas, cuja manchete não poderia ser outra “Um erro gravíssimo”; claro, da medicina cubana.

“A doença de Chávez”, na cabeça e na vontade dos associados, “também estaria causando divisões no seio do governo”. Conclusão digna da indigência do jornalismo associado e tupiniquim.

Nenhum comentário:

O Manifesto