A correta discussão sobre o rumo da América Latina está longe de uma improvável e inócua disputa de liderança entre seus países. Disputar o que e para que? Ou, pior, um confronto militar que poderia levar um pretenso país “vitorioso” a lugar nenhum. Mais prudente e proveitoso, derivar a discussão para o interesse coletivo da integração necessária e indispensável ao desenvolvimento desta região. Para não falar de baixo para cima ao tratar com outros blocos no perverso mercado globalizado. Para a concretização desse objetivo é de boa orientação deixar que os problemas internos de cada país sejam entregues a deliberação da respectiva população, sem ingerências externas. Destituídos de uma correta e insuspeita estrutura de informação, opinar com segurança seria, no mínimo, atrevimento.
Não se arrisque a dizer quem na Colômbia tem apoio concreto na indústria da droga, no seu poderoso tráfico. Seria também imprudente arriscar de que lado está o terror. Não se sabe precisar os milhares de assassinatos de líderes sindicais e comunitários pelas forças oficiais, com ajuda dos grupos paramilitares financiados pelo governo, e este pelos EUA. Nem de quantos prisioneiros lotam as masmorras do poder. Do lado insurgente, os negociadores internacionais identificaram o número de prisioneiros e sua situação derivada da constante fuga de inevitáveis escaramuças bélicas. Uma questão interna lamentável cuja solução não pode ser equacionada fora da Colômbia se não for pelo interesse dos próprios colombianos.
Também não é fácil opinar sobre a Venezuela com o nível de manipulação exercido pela maior parte da nossa mídia provinciana e submissa a interesses exógenos. Só se sabe que os habituais exploradores europeus por intermédio do seu rei querem que seu presidente se cale. Também se sabe que há um certo “boom” de desenvolvimento na região e, sintomaticamente, um certo despregamento das asas “protetoras” de Washington, a exceção do “poodle’ colombiano. Não é sem razão que Uribe hoje recebe a terceira maior parte do “investimento” bélico/econômico dos EUA. Também não é sem razão que Bush começa a exportar para Nossa América sua guerra preventiva, cuja primeira experiência acaba de acontecer na fronteira do Equador.
UNESCO retira patrocínio aos “Repórteres Sem Fronteiras”
Por ocasião do Dia pela Liberdade da Internet, nesta quarta-feira (12), a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) retirou o patrocínio da RSF, Repórteres Sem Fronteiras, da França. Fontes diplomáticas da UNESCO informaram à Prensa Latina que a agência tomou a decisão em virtude da reiterada falta de ética da RSF, em seus propósitos por desacreditarem certo número de países. A atuação da RSF não se atém aos propósitos da Unesco e demonstra novamente seu interesse sensacionalista, ao se arvorarem em tribunal da Inquisição para julgar nações em vias de desenvolvimento, enfatizaram os meios consultados.
Por esta causa e por outros antecedentes, a entidade da ONU pensa em romper definitivamente a relação que mantém com a RSF e excluir qualquer tipo de colaboração no futuro. Sob a idéia de mostrar os chamados Estados com ciber-censura, a RSF, acusada de manter estreito vínculo à Agência Central de Inteligência (CIA) estadunidense, lançou hoje sua campanha.
O curioso é que — lembraram os diplomatas que falaram com à Prensa Latina — na lista negra da RSF não aparece nenhum país ocidental, enquanto eles abrem fogo contra o chamado Terceiro Mundo. O jornalista canadense Jean-Guy Allard denunciou em vários artigos e num livro o fato de que a RSF seja financiada em parte pelo National Endowment for Democracy (NED) dos Estados Unidos. Além disso, relatou seus vínculos com agentes confessos da CIA e o apóio financeiro que recebe da União Européia. Em 2005, a UE entregou mais de €1 milhão aos RSF.
(Leia matéria completa do jornal Granma com informações da agência Prensa Latina).
Brasil se tornou ator econômico de peso, diz The Guardian
Em suplemento especial de 20 páginas desta sexta-feira (14), o jornal britânico "The Guardian" faz um balanço do Brasil e afirma que “ele se tornou um ator econômico de peso". O jornal faz uma análise dos setores de economia, agricultura, energia, saúde e cultura, além de um perfil do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da cidade de São Paulo, que chama de "a cidade do futuro". Segundo o "The Guardian", quando se pensa "na exuberância brasileira", dificilmente se pensa na economia, já que o Brasil "é a terra do Carnaval". Onde “o fluxo de investimentos atingiu níveis recordes”, a exportação de tudo está aumentando e “a renda dos ricos e pobres está crescendo e impulsionando um boom de crescimento”.
A reportagem afirma que o Brasil "parece ter entrado em uma nova fase de expansão sustentável que poderia, finalmente, destrancar o vasto potencial do país". Segundo o jornal, os números vão "de bons a espetaculares: 1,4 milhão de empregos criados todos os anos; mais de US$ 100 bilhões em reservas (que excedem a dívida externa e tornam o Brasil credor internacional); 4,7% de inflação, o que é 'manso' pelos padrões brasileiros; 4% de crescimento econômico, e uma ligeira aproximação na diferença com a China. Ah, e no ano passado o mercado de ações cresceu em 60%". Segundo analistas ouvidos pelo "Guardian", o crescimento é equilibrado e o país estaria menos vulnerável hoje.
(...) Críticos ouvidos pelo jornal ainda dizem que o crescimento do Brasil impressiona, mas é vazio, "como um carro alegórico de Carnaval, porque se apoia em condições globais benignas e no crescimento do crédito doméstico enquanto foge à difícil tarefa de construir uma economia competitiva". O "Guardian" conclui comentando que o Brasil era conhecido como o país do futuro. "O futuro ainda não chegou, mas está mais perto agora do que já esteve em várias gerações."
(Leia inteiro teor da matéria da BBC Brasil, divulgada hoje pela página da UOL).
A cortesia espanhola é a cortesia de Cortez. (Como a de um certo rei que quer que nos calemos).
A Europa detesta que os povos de suas ex-colônias a importune. Os franceses, que não levaram os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade para suas colônias na África, hoje esmagam os africanos em seu território, não dando chances para que eles trabalhem dignamente, tratando-os como cidadãos de terceira categoria. Sarkosy, quando ministro do interior, os chamou cinicamente de escória. Agora, os espanhóis resolveram barrar os brasileiros, mesmo os que usam o território espanhol apenas em trânsito.
Os espanhóis tratarem com desprezo os latino-americanos, que eles e os italianos chamam pejorativamente de sudacas, é uma piada de mau gosto. Esquecem que aqui chegaram cheios de doenças, estupraram as mulheres, assassinaram os homens, envenenaram os chefes de estado, destruíram as edificações majestosas, saquearam, roubaram ouro, impuseram a sua língua e sua religião e agora nos tratam como se fôssemos invasores inimigos.
O Itamarati não deve simplesmente aplicar o princípio da reciprocidade, é preciso dizer algumas coisas pra esses piratas. Eles estão aqui dominando nossas editoras, bancos, hotéis, empreiteiras, telecomunicações, levando nossos jogadores de futebol. Quanto mais a direita avança na Europa, mais ela se parece com o velho continente de piratas.
(Leia no blog do Lelê Teles o seu texto na íntegra).
BRINDE: A EMOÇÃO DA ETERNA MÚSICA DE JOHN LENNON, IMAGINE [*].
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