Meu professor de Jornalismo já dizia que o que não dá na rede Globo significa para o brasileiro comum que “não aconteceu”. Assim, vendo os últimos noticiários sobre a invasão do território do Equador por tropas da Colômbia, treinadas e financiadas pelos EUA, recordei sua preocupação. A mentira, a omissão e a mudança do foco são atos que desfavorecem a compreensão dos fatos. Elas têm sido a tônica do nosso noticiário, com a participação de “especialistas”, manjados adversários dos movimentos de soberania que pipocam na América Latina. Eles vêem suas falácias ruírem ante as informações de agências do exterior que sua própria emissora, contrariada, com extrema brevidade, é obrigada a divulgar.
Como o fato de que, ao morrer, o comandante Raúl Reyes estava em negociações com os governos do Equador e da França, com o conhecimento da Colômbia, para libertação iminente de prisioneiros, entre eles Ingrid Betancourt, ex-aliada do governo Andrés Pastana, um ferrenho adversário das FARC. E o fato revelador de que 19 dos 22 guerrilheiros mortos estavam com roupas de dormir, o que caracteriza a ação como um massacre. Os noticiários preferem destacar a pirotecnia diplomática de Uribe, a querer transformar sua grave violação numa “justa ação contra o terrorismo”. E não é a primeira vez que isso acontece.
Na quarta-feira, o Alexandre Garcia, outro “especialista” Global, no afã de satanizar o presidente da Venezuela, deixou escapar, de suas fontes nas Forças Armadas, que, no governo FHC, o exército da Colômbia invadiu o território brasileiro para caçar inimigos. Inadmissível atentado à nossa soberania, resolvido com alguns tragos de uísque do nosso chanceler tucano na cozinha de Uribe. Ano passado, a polícia de Uribe violou o território da Venezuela, até Caracas, para “resgatar” um importante adversário político. Na mesma época, também violou o espaço aéreo do Equador supostamente para borrifar plantações de coca. Resultou em inúteis protestos diplomáticos.
As atitudes nada diplomáticas de Uribe e sua estreita ligação com o narcotráfico e com os diferentes grupos paramilitares lhe valeram uma significativa reprimenda do parlamento europeu. Essas razões, somadas à conta de mais de mil assassinatos de sindicalistas e lideranças comunitárias pelos órgãos de repressão do seu governo, o congresso dos EUA vem sistematicamente recusando a sonhada entrada da Colômbia na ALCA.
Por falar em EUA, a agência EFE, desta terça-feira, revela a presença de alto comandante militar dos EUA em Bogotá dois dias antes do bombardeio contra o acampamento equatoriano [1]. Passa da hora de botar as barbas de molho e pensar como o experiente líder cubano Fidel Castro, segundo a France Presse desta segunda-feira [2]: “a sangue frio ninguém tem o direito de matar. As acusações concretas contra esse grupo de seres humanos não justificam a ação. Se aceitarmos esse método imperial de guerra e de barbárie, bombas ianques guiadas por satélites podem cair sobre qualquer grupo de homens e mulheres latino-americanos, em território de qualquer país, havendo ou não guerra".
(Leia o texto completo de Sidnei Liberal no Portal Vemelho).Estamos sendo vigiados
Neste momento um telefone pode estar sendo rastreado ou o sistema de comunicação de algum país submetido a interferências externas. No Brasil, escutas telefônicas sem consentimento da Justiça são consideradas ilícitos penais, os responsáveis pela prática respondem pelo crime. Este alerta ocorre face a denúncias de que no município paraguaio de Mariscal Estigarribia, na estratégica região da Tríplice Fronteira, o Pentágono montou uma moderna base de comunicação. Uma sofisticada tecnologia, capaz de monitorar um raio de ação que abarca todo o território brasileiro e muito mais, onde os técnicos militares estadunidenses que lá estão podem grampear algum telefone e mesmo uma comunicação na internet.
Se alguém na Casa Branca quer saber o que Lula (Henrique Meireles, Raúl Reyes) anda falando nos bastidores sobre questões de interesse dos EUA, ordenará aos seus técnicos no Paraguai a colocar para funcionar o aparato espião. A mídia simplesmente procura ignorar a existência deste QG de operações dos EUA em território sul-americano, com base em simples desmentido de Washington que logo virou destaque na mídia tupiniquim. Os estadunidenses argumentam que um pequeno número de militares circula no Paraguai para a realização de exercícios conjuntos para combater o narcotráfico. De tão zelosos, afirmaram estar ajudando também a prevenir a dengue e, quem sabe, botar talquinho nos nenéns.
Debi e Lóide: os americanos estão hostis ao conhecimento?
Um vídeo popular no YouTube mostra Kellie Pickler, a loura adorável de "American Idol" no jogo da Fox "Você é mais inteligente que um aluno do quinto ano?", durante a semana da celebridade. A pergunta de 25.000 dólares, do currículo de geografia do terceiro ano do ensino fundamental, era: "Budapeste é a capital de qual país europeu?" Pickler jogou as duas mãos para cima e olhou para o grande quadro negro, perplexa. "Achei que a Europa era um país", disse ela. Para se garantir, decidiu copiar a resposta oferecida por um dos alunos do quinto ano: Hungria. "Hungria?", disse ela, com os olhos esbugalhados e descrentes. "Isso é um país? Ouvi falar da Turquia, mas Hungria? Nunca ouvi falar."
Tal, digamos, falta de consciência global é o tipo de coisa que deixa Susan Jacoby, autora de "The Age of American Unreason" subindo pelas paredes. Ela apontou para uma pesquisa da National Geographic de 2006 que revelou que quase metade das pessoas de 18 a 24 anos não pensa que é necessário ou importante saber em quais países as notícias estão localizadas. Então, depois de mais de três anos de guerra no Iraque, apenas 23% de pessoas no terceiro grau sabiam localizar no mapa o Iraque, Irã, Arábia Saudita e Israel.
(...) ouvindo silenciosamente dois homens bem vestidos, de terno. Por um segundo, achou que eles iam comparar aquele dia horrível com o bombardeio japonês de 1941 que levou os EUA à Segunda Guerra Mundial: "Isso é igual a Peal Harbor", disse um dos homens. O outro perguntou: "O que é Pearl Harbor?" "Foi quando os vietnamitas jogaram bombas em um porto e começou a guerra do Vietnã", respondeu o primeiro homem. Naquele momento, Jacoby decidiu escrever o livro.
BRINDE: (COMO EL MUSGUITO EN LA PIEDRA...) MERCEDES SOSA CANTA VIOLETA PARRA, "VOLVER A LOS DIECISIETE".
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