quarta-feira, 26 de março de 2008

Dólares do Império financiam os monges do dalai-lama

Dólares do Império financiam os monges do dalai-lama.

Após a vitória da Revolução Chinesa, os comunistas tomavam o poder no Tibet que, no curso dos dois séculos anteriores, nem um só país no mundo havia reconhecido como um país independente. A comunidade internacional, a exemplo da Índia e da Inglaterra, considerava o território parte integrante da China. Só os EUA se mostraram vacilantes. Até a Segunda Guerra Mundial consideravam o Tibet como uma parte do território chinês e até procuravam frear avanços da Inglaterra na região. Porém, após a vitória comunista na China, Washington decidiu fazer do Tibet um enclave religioso contra o comunismo.

Em 1951, foi selada uma “liberação pacífica” entre a elite tibetana e o governo chinês. Cinco anos depois, no entanto, pressionadas pelo movimento camponês, a China decidiu por uma reforma agrária em alguns pontos do Tibet. Era a senha para o conflito. A elite local repeliu a iniciativa e provocou o levante armado de 1959. A revolta foi preparada durante vários anos, sob a direção do serviço secreto dos EUA, a CIA. É o que registra o livro “The CIA's Secret War in Tibet” de Kenneth Conboy. Uma obra que o especialista da CIA, William Leary, definiu como “um impressionante estudo sobre uma das operações secretas da CIA mais importantes da guerra fria”.

Outro livro, “Buddha's Warriors – The story of the CIA- backed Tibetan Freedom Fighters”, de Mikel Dunham, explica como a CIA levou centenas de tibetanos aos EUA para treinamento bélico e deu-lhes armas modernas. O prefácio desta obra foi redigido por “sua santidade o dalai-lama”, que considerou uma honra o fato de que a rebelião separatista armada tenha sido dirigida pela CIA. Porque “Os EUA são os campeões da Democracia e da Liberdade”. [1]

Em outubro passado, o parlamento dos EUA entregou a mais importante condecoração, a Medalha de Ouro, ao dalai-lama. “Sua santidade” pronunciou um discurso de louvor a Bush por seus “esforços a nível mundial em favor da Liberdade, da Democracia e dos Direitos Humanos”. Fica evidente que o financiamento ao dalai-lama e seus monges se dá por seu anticomunismo hidrófobo e também por seu racismo fascista que condena os casamentos entre tibetanos e os “demais”. Fácil entender o porque da mobilização da mídia ocidental contra a China, sobretudo em vésperas de importante eleição em Taiwan e a aproximação das olimpíadas de Pequim. [2]

As razões políticas dos guerreiros de Buda

O pretexto para a balbúrdia de agora foi lembrar ação golpista derrotada em 1959, quando o dalai-lama tentava separar o Tibet para restaurar o regime ditatorial dos Lamas naquele território da China Popular. Derrotado, fugiu, acobertado pela pelos EUA. Ao longo dos anos 60, a comunidade de exilados tibetana embolsou 1,7 milhões de dólares por ano da CIA, como consta nos documentos liberados pelo próprio Departamento de Estado em 1998. Depois que este fato ficou público, a organização do dalai-lama emitiu uma declaração admitindo haver recebido milhões de dólares da CIA naquele período, com o objetivo de enviar pelotões armados de exilados ao Tibet para minar a revolução socialista. [3]

O pagamento anual pessoal do dalai-lama reconhecido pela CIA era de US$186.000, assinalou Tom Grunfeld, em seu livro The Making of Modern Tibet. Atualmente, através do Fundo Nacional para a Democracia e outros canais, que servem de fachada “respeitável” para os financiamentos da CIA, o governo dos EUA continua a destinar US$ 2 milhões anuais para os separatistas tibetanos que atuam na Índia, com milhões adicionais para a comunidade de exilados tibetanos em outros lugares. O dalai-lama também obtém dinheiro do especulador George Soros, que dirige a Radio Free Europe e Radio Liberty, ambas também vinculadas à CIA, como ressaltou Michael Parenti, escritor e historiador estadunidense. [4]

Quanto à participação popular nos distúrbios, vejamos o que diz a BBC Brasil: (...) “Os protestos começaram no dia 10 de março, 49º aniversário da revolta contra o domínio chinês”. “Segundo a campanha Tibet Livre, os manifestantes de Machu foram até prédios do governo e destruíram portas e janelas. Eles também teriam incendiado lojas e empresas chinesas na cidade. No sábado, o Ministério de Segurança Pública da China ordenou o aumento da presença da polícia nas regiões atingidas por protestos. A população de Lanzhou parece saber pouco do que está ocorrendo na região tibetana de Gansu e em outros locais”.

“A primeira página do jornal local Lanzhou Morning Post destacava a reeleição do primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao”. ‘O preço dos bens de consumo subiu muito rápido, então acho que os protestos estão ligados a isso’, disse uma mulher à BBC. “Mas outras pessoas que queriam comentar os protestos mostraram pouca simpatia à causa tibetana”. ‘Acho que estão causando tumulto sem ter razão’, disse um homem à BBC, e arrematou: ‘Acho que (os protestos) estão sendo organizados pelo dalai-lama, para atingir as Olimpíadas’. [5]

Um beijoqueiro sem fronteira

Nesta segunda-feira, na Grécia, ocorreu o acendimento da tocha olímpica, logo após o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Jacques Rogge, declarar que "A tocha une os atletas aos cidadãos de todo o mundo, tem a força de unir a humanidade e representa a harmonia”. Usando reflexos de raios do sol, a atriz Maria Nafpliotou, como uma sacerdotisa, acendeu a tocha no Templo de Hera. O grego Alexandros Nikolaidis foi o primeiro atleta a carregar a chama, seguido da nadadora chinesa Luo Xuejuan. Milhares de populares agitavam bandeiras da Grécia e da China. Uma belíssima festa a anunciar os jogos de Pequim, foi a marca da festa. A mídia, entretanto, resolveu destacar um protesto. [6]


Na contramão dos fatos, imprensa ocidental resolveu divulgar o que entende que “marcou a cerimônia”: uma cena isolada de protesto (pareceu nosso famoso beijoqueiro), feita por um único ativista dos Repórteres sem Fronteiras (RSF), grupo que assumiu a autoria do protesto. Para quem não lembra, no começo deste mês, a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) retirou seu patrocínio aos RSF, pela sua reiterada falta de ética em tentar desacreditar certos países e seu sensacionalismo em se arvorar em Tribunal da Inquisição, revelaram fontes diplomáticas à agência Prensa Latina.

O jornalista canadense Jean-Guy Allard denunciou que a RSF é financiada em parte pelo National Endowment for Democracy (NED) dos Estados Unidos. Além disso, relatou seus vínculos com agentes confessos da CIA e o apóio financeiro que recebe da União Européia. [7]

BRINDE: BELÍSSIMO FILME [*] DO IRANIANO MAJID MAJIDI SOBRE A OLIMPÍADA PEQUIM 2008

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