Leitura capital
Em que mídia brasileira pode-se ler/ver/ouvir que a cobertura feita do depoimento de Protógenes Queiroz na CPI dos Grampos, na quarta-feira, dia 8 de abril, foi o resumo exemplar da posição de um consócio montado na imprensa contra os efeitos da Operação Satiagraha, com vistas à “salvação não só de Daniel Dantas, mas da elite econômica e política ligada a ele, com a conivência obsequiosa do governo federal?”
Ou, de outra forma, que grande jornal/revista/televisão nacional poderia dizer como aquele consócio foi “montado para desqualificar o trabalho do delegado e livrar a cara do banqueiro Daniel Dantas?” E que para ver “basta chafurdar na série de recentes posts de blogueiros da linha auxiliar do esgoto, escalados para não contaminar as páginas com o lixo que realmente interessa aos jornais e revistas envolvidos nessa estratégia?”
Onde alguém leu/viu/ouviu ou ficou sabendo que o cediço presidente da CPI dos Grampos, Marcelo Itagiba, do PMDB, como o falastrão deputado Raul Jungmann, do PPS, “foi financiado (em 2006) por Dório Ferman, executivo do Grupo Opportunity, do banqueiro condenado Daniel Dantas?”. E que, por isso, deveria “eticamente considerar-se impedido de ser o chefe (e subchefe) da cruzada dantesca no Congresso Nacional?”
A Carta Capital disse tudo. E disse com a responsabilidade da apuração, instrumento indispensável à credibilidade da informação, prática há muito abandonada pela nossa mídia venal, quase toda. E com a coragem de um grande jornalista que é Leandro Fortes, exemplo de profissional que faz do jornalismo, da sua prática e ensino, um posto avançado de combate contra a visível decadência da nossa imprensa.
Leandro mostra, por exemplo, como a chamada “grande mídia” blindou o novo chefe da Polícia Federal, delegado Luiz Fernando Corrêa, contra quem paira uma gravíssima denúncia de tortura. Corrêa comanda a nova PF e uma renovada operação Satiagraha, sem Protógenes, é claro. Na plateia, a claque dos bajuladores. Tanto jornalistas quanto donos de jornais, por interesses incompatíveis com o jornalismo.
Para Leandro, a doença infantil do elitismo nacional que se espalha como catapora pelas redações. Daí, a atual ofensiva do patronato contra o diploma de jornalista. Sem o diploma, “a formação dos jornalistas ficará a cargo desses cursinhos de redações... velhíssimos na forma e nos conceitos, voltados para criar monstrinhos competitivos despojados de qualquer consciência crítica sobre o que escrevem, apuram e publicam”.
O elevado grau de bajulação, hoje, na imprensa brasileira, preocupa Leandro, como jornalista e como professor de jornalismo. Escudados em infundada desculpa da sobrevivência, os repórteres estão indo às ruas com pouca ou nenhuma preocupação em relação à verdade factual, adestrados “por uma turma barra pesada que tem feito da atividade jornalística um exercício de servilismo”.
Em que mídia brasileira pode-se ler/ver/ouvir que a cobertura feita do depoimento de Protógenes Queiroz na CPI dos Grampos, na quarta-feira, dia 8 de abril, foi o resumo exemplar da posição de um consócio montado na imprensa contra os efeitos da Operação Satiagraha, com vistas à “salvação não só de Daniel Dantas, mas da elite econômica e política ligada a ele, com a conivência obsequiosa do governo federal?”
Ou, de outra forma, que grande jornal/revista/televisão nacional poderia dizer como aquele consócio foi “montado para desqualificar o trabalho do delegado e livrar a cara do banqueiro Daniel Dantas?” E que para ver “basta chafurdar na série de recentes posts de blogueiros da linha auxiliar do esgoto, escalados para não contaminar as páginas com o lixo que realmente interessa aos jornais e revistas envolvidos nessa estratégia?”
Onde alguém leu/viu/ouviu ou ficou sabendo que o cediço presidente da CPI dos Grampos, Marcelo Itagiba, do PMDB, como o falastrão deputado Raul Jungmann, do PPS, “foi financiado (em 2006) por Dório Ferman, executivo do Grupo Opportunity, do banqueiro condenado Daniel Dantas?”. E que, por isso, deveria “eticamente considerar-se impedido de ser o chefe (e subchefe) da cruzada dantesca no Congresso Nacional?”
A Carta Capital disse tudo. E disse com a responsabilidade da apuração, instrumento indispensável à credibilidade da informação, prática há muito abandonada pela nossa mídia venal, quase toda. E com a coragem de um grande jornalista que é Leandro Fortes, exemplo de profissional que faz do jornalismo, da sua prática e ensino, um posto avançado de combate contra a visível decadência da nossa imprensa.
Leandro mostra, por exemplo, como a chamada “grande mídia” blindou o novo chefe da Polícia Federal, delegado Luiz Fernando Corrêa, contra quem paira uma gravíssima denúncia de tortura. Corrêa comanda a nova PF e uma renovada operação Satiagraha, sem Protógenes, é claro. Na plateia, a claque dos bajuladores. Tanto jornalistas quanto donos de jornais, por interesses incompatíveis com o jornalismo.
Para Leandro, a doença infantil do elitismo nacional que se espalha como catapora pelas redações. Daí, a atual ofensiva do patronato contra o diploma de jornalista. Sem o diploma, “a formação dos jornalistas ficará a cargo desses cursinhos de redações... velhíssimos na forma e nos conceitos, voltados para criar monstrinhos competitivos despojados de qualquer consciência crítica sobre o que escrevem, apuram e publicam”.
O elevado grau de bajulação, hoje, na imprensa brasileira, preocupa Leandro, como jornalista e como professor de jornalismo. Escudados em infundada desculpa da sobrevivência, os repórteres estão indo às ruas com pouca ou nenhuma preocupação em relação à verdade factual, adestrados “por uma turma barra pesada que tem feito da atividade jornalística um exercício de servilismo”.
(*) Leia: “Tiro pela culatra”, por Leandro Fortes, na Carta Capital desta semana.
E quem é Glória Coelho?
Fillardis: Preconceito de estilista dói e dá pena (porThais Bilenky)
A atriz Isabel Fillardis ficou estarrecida com o comentário da estilista Glória Coelho, que diz não saber por que negros haveriam de estar na passarela em eventos de moda. Fillardis analisa que o preconceito "é subliminar":
- Ela não sabe que é preconceituosa. Eu vou crer nisso. Isso é preconceito. Ele só serve para servir, o negro. Para brilhar na passarela, para ser internacional, para ganhar dinheiro, como a Gisele ou como qualquer um, não pode. É horrível isso. Dói. Isso dói muito, sabe? E tenho pena. Eu tenho pena. Tenho, realmente.
Reportagem de Paulo Sampaio publicada no domingo (12) pelo jornal Folha de S.Paulo aborda proposta do Ministério Público Federal de criar cotas para modelos negros na São Paulo Fasion Week, evento dos mais importantes de moda do país.
Na matéria, Glória Coelho manifestou resistência à iniciativa. "Nosso trabalho é arte, algo que tem de dar emoção para o nosso grupo, para as pessoas que se identificam com a gente. (...) Na Fashion Week já tem muito negro costurando, fazendo modelagem, muitos com mãos de ouro, fazendo coisas lindas, tem negros assistentes, vendedoras, por que têm de estar na passarela?".
Isabel Fillardis é hoje atriz global, mas começou a carreira aos onze anos de idade como modelo. Foi representada pela agência Ford Models, a mesma de tops como a israelense Bar Rafaeli. A atriz de 35 anos trabalhou com Paulo Borges, criador da SPFW, e também atuou no cinema. Diz agora que deverá "fazer coro à promotora" Déborah Kelly Afonso, autora do projeto de cotas na SPFW.
Fillardis foi informada por telefone sobre o comentário de Glória Coelho e demonstrou profunda indignação. Leia a entrevista com a atriz em Terra Magazine.
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