1. A mídia perdeu seu protagonismo e converteu-se em polêmico ator político. Por seu lado, a Venezuela propõe outro conceito: a mídia já não é um poder em seu sentido clássico. É uma concessão pública de informação e comunicação.
2. Virginia Vallejo revela que o atual presidente colombiano, quando foi diretor da Aeronáutica, de 1980 a 1982, “concedeu dezenas de licenças para pistas de pouso para os aviões... com os quais se construiu toda a infra-estrutura do narcotráfico”.
3. O problema não é o presidente ter tido um filho não assumido publicamente, mas saber até que ponto a Globo tinha ligação com o Planalto. E porque mandaram a jornalista para a Europa, de onde em 11 anos ela não mandou uma única matéria.
4. La izquierda parece haber perdido la batalla de las ideas. Porque su experiencia gubernamental la llevó a bloquear salarios, cerrar fábricas, eliminar empleos, liquidar las cuencas industriales y privatizar parte del sector público.
1. Quarto poder. Mas, que poder? O jornal Página 12, de 17 de setembro, publicou texto de Dario Pignotti sob o título “O Presidente enfrenta a rede Globo de televisão no Brasil”. Por ele, os argentinos ficaram sabendo que o casamento ideológico/econômico entre Marinho e os militares golpistas de 64 resultou na constituição do maior império da informação na América do Sul e garantiu aos milicos uma defesa permanente da mais longa e perversa ditadura da nossa história. Após 20 anos de ditadura, a Globo ainda pregava uma abertura “lenta, gradual e segura”, a despeito de o povo já estar nas ruas exigindo “Diretas Já”.
Os argentinos e os que não sabiam também ficaram sabendo que a sabotagem informativa foi o tratamento dado pela Globo aos protestos que levaram milhões de manifestantes às ruas em 1983 e 1984. E que, já em 1989, para impedir uma provável vitória do candidato Lula, a Globo construiu um candidato novelesco, o Collor, filho da velha oligarquia alagoana, que o marketing global transformou em “caçador de marajás”. A destreza desinformativa dispensada à época inspirou um documentário da BBC intitulado Muito Além do Cidadão Kane. A dinastia Marinho não era apenas um grupo influente, mas um partido político de fato.
Em outubro de 2006 o presidente Lula se permitiu afrontar a Globo e não participar do seu debate. Mais que um gesto ousado, uma sinalização política. “A vitória de Lula marcou um fato sem precedentes na história eleitoral recente: foi o primeiro candidato que se impôs contra a vontade explícita dos senhores da informação”, diz Pignotti. (...) Hoje, o grande fosso erguido pelos meios de comunicação priva o cidadão do direito fundamental de ser informado. Não mais o compromisso com a verdade, com a diversidade da opinião: abolido o caráter informativo, sobra o editorialismo mono-ideológico, a matéria opinativa pura.
Leia inteiro teor da matéria de Sidnei Liberal no Boletim HSLiberal e no Portal Vermelho.
2. Um narcopresidente. Em janeiro/2007 o blog do Bourdoukan informou que abaixo-assinado de intelectuais colombianos solicitava ao seu presidente, Álvaro Uribe, que detivesse sua política de aniquilação das forças opositoras. Não conseguiram sensibilizá-lo. Na ocasião havia denúncias, como sempre ignoradas pela mídia, de que o pai de Uribe, ex-sócio e amigo de Pablo Escobar, foi quem criou os grupos paramilitares para combater e eliminar opositores. O envolvimento de Uribe com o narcotráfico é revelado pela George Washington University. Agora, nove meses depois o jornal espanhol El País, revela esse imbróglio uribista.
Refugiada nos EUA à espera de asilo político, a apresentadora de TV, repórter, modelo e atriz, Virginia Vallejo, há muito desaparecida de cena, é uma testemunha incômoda para os políticos colombianos. O presidente Álvaro Uribe refuta suas acusações. "O narcoestado sonhado por Pablo Escobar hoje está mais vivo que nunca na Colômbia", diz a diva dos anos 1980. "Os narcotraficantes prosperaram na Colômbia não porque foram gênios, mas porque era muito barato comprar os presidentes", diz Vallejo, que menciona três nomes como "narcopresidentes": Alfonso López Michelsen, Ernesto Samper e Álvaro Uribe.
Leia a postagem completa do blog do Bourdoukan.
3. Cada um com seus problemas. A jornalista Miriam Dutra, da TV Globo, deixou Barcelona depois de 11 anos na cidade. Ela foi transferida para Londres, onde passa a integrar a equipe de Marcos Losekan. Alguém lembra qual foi a última matéria realizada pela jornalista para a TV Globo? Para quem não sabe, Miriam Dutra é mãe de um menino chamado Tomás cujo pai é Fernando Henrique Cardoso. A imprensa brasileira achou um horror que Renan Calheiros tenha usado um amigo lobista para pagar a pensão alimentícia de sua filha com Mônica Veloso. Mas nunca deu um pio sobre a “força” dada ao caso FHC pelo amigo Roberto Marinho.
Leia mais no Portal Vermelho.
4. Sarkozy, lições para as esquerdas. “...segue na França a incrível fascinação midiática pelo presidente Nicolas Sarkozy. Uma admiração fora do normal, reverenciosa, estática, obsequiosa, obscena. Neste país de revoluções, motins e insurgências, que se dispõe a celebrar... Maio de 68, semelhante servilismo resulta inaudito e nauseabundo. Não há precedente”. “...só poderia comparar-se com a atmosfera de domesticação vergonhosa que a Itália conheceu nos anos de Sua Eminência Berlusconi e com a época da vil rendição jornalística, nos Estados Unidos, posterior aos atentados de 11 de setembro de 2001”.
“...las izquierdas padecen una atracción fatal por medidas que son genéticamente de derechas: desmantelar los regímenes de protección social, ...acusar a gran parte de los pobres de no ser mas que una clase parásita que impide a los demás de avanzar mas rápido. Pensando y actuando así, las izquierdas le hacen la cama a las derechas, pues aceptan una misión histórica contraria a su esencia: adaptar las sociedades a la globalización, modernizarla a expensas de los asalariados. Ése es el origen de su actual debilidad intelectual. Una situación de la que sólo saldrá recuperando las cuestiones fundamentales. Y poniéndose a refundar”.
Leia matéria completa de Ignacio Ramonet, director de Le Monde Diplomatique, Paris.
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