quinta-feira, 29 de julho de 2010

Registros de Guerra

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Der Spiegel – Durante a Guerra do Vietnã, o então presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, afirmou certa vez que Daniel Elsberg, o vazador dos Documentos do Pentágono, era o homem mais perigoso do país. Atualmente, você é o homem mais perigoso ou o mais ameaçado?


Julian Assange – Os homens mais perigosos são aqueles que fazem a guerra. E eles precisam ser parados. Se isso me faz perigoso aos olhos deles, tudo bem.


Este é um trecho da entrevista que Julian Assange, 39, fundador do portal WikiLeaks, concedeu à revista alemã Der Spiegel. Ele fala sobre a sua decisão de publicar os “registros da guerra”, aborda o difícil equilíbrio entre o interesse público e a necessidade de segredos de Estado e revela por que acredita que as pessoas que fazem a guerra são mais perigosas do que ele.


A motivação do WikiLeaks, que promete muito mais revelações indesejadas aos senhores da guerra, são ditas com muita segurança por Assange. Ele espera que a divulgação dos “registros de guerra” no atual momento possa ainda gerar algo de bom. São mais de 90 mil incidentes diferentes, locais geográficos bem definidos, e episódios de variada magnitude. Um conjunto unificado de informações que apagam tudo o que se disse até agora sobre o Afeganistão. “Esses arquivos modificarão o nosso ponto de vista não só sobre a guerra do Afeganistão, mas também sobre todas as guerras modernas”.


Desde 3 de abril deste ano, quando foi divulgado um vídeo que mostra o assassinato de civis no Iraque, WikiLeaks vem colecionando dezenas de milhares de comprometedores documentos da guerra no Afeganistão. No episódio iraquiano, também foram mortos agentes de saúde que recolhiam corpos, além de um motorista e um fotógrafo que trabalhavam para a agência Reuters. Neste domingo, o jornal londrino Guardian destacou, sob o título “Registros de Guerra”, que o vazamento maciço de arquivos secretos expõe a verdadeira face da guerra no Afeganistão, onde “centenas de civis (foram) mortos por soldados da coalizão” de ocupação.


Der Spiegel desta semana traz informações e imagens de um quadro sombrio, em que unidades de “caçadores secretos” são também responsabilizadas por mortes de crianças. A revista alemã fala até em “ingenuidade” da participação das tropas alemãs, diante de “crescentes problemas”. Mais pragmático, o New York Times, embora reconheça que o cenário é mais desanimador que a representação oficial, prefere alertar para os prejuízos das forças de ocupação diante da espionagem. Por essas, analistas começam a ver indícios de fracasso dos Estados Unidos, tanto no Afeganistão quanto no Iraque. É o caso de Ullrich Fichtner, da Der Spiegel.


Diante de toda a perplexidade do cenário desfavorável, as autoridades estadunidenses preferem centrar o foco na busca de informações sobre a responsabilidade pelo vazamento. Preferência que sensibiliza mais os meios de comunicação do lado de cá do Atlântico, não somente nos Estados Unidos. É por isso que vemos pouca repercussão dos “registros de guerra” na mídia brasileira, mais preocupada com um novo bate-boca entre Hugo Chávez e Álvaro Uribe. Entrevero que somente merece maior preocupação se razão tiver o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, que acusa Washington de insuflar Uribe no caminho da guerra contra Chávez.


Os EUA procuram minimizar as revelações dos “registros de guerra”, exibindo outros documentos que falam de um suposto envio de armas iranianas para reforçar a resistência afegã contra a ocupação. Este tema logo invade os espaços da mídia ocidental, tornado-se a cortina de fumaça que Washington queria. E qualquer leitor, ou ouvinte, ou telespectador brasileiro sabe que Irã e Venezuela são os assuntos preferidos de nossos jornalões. Morram quanto civis morrerem, sob mísseis de Israel no gueto de Gaza, ou da OTAN no Iraque e no Afeganistão, nossa lamentável mídia, seus colunistas, seus editoriais, somente têm olhos para Chávez e Ahmadinejad.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Relatos e reportagens sobre os documentos secretos

O The Guardian preparou uma especie de tutorial, um guia, completo sobre os documentos secretos e os crimes de guerra praticados pelo Estados Unidos da America (EUA). Quem é terrorista mesmo? 

Lamentavelmente, os nossos meios de comunicação, subservientes, limitam-se a procurar os culpados pelo vazamento das infomações.

Que sociedade queremos construir? É este o modelo de democracia que querem para o nosso País. Triste so que vivem a repetir o que leem  nesses meios. Hoje é necessário procurar informação nos meios alternativos. Ou seguir construindo a bomba mais destruidora: uma sociedade doente, injusta, neurótica, excludente. 

Como ler os Afeganistão Papers (tutorial em vídeo, em ingles). David Leigh, editor de investigações do Guardian, explica as ferramentas online que o jornal criou para auxiliar a navegação entre os arquivos agora divulgados. Veja o video:



Aqui o tutorial com farta documentação e reportagens: http://www.guardian.co.uk/world/datablog/video/2010/jul/25/afghanistan-war-logs-video-tutorial).

Fonte: Rede Castor Photo

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Criança, TV e batata frita

15% das nossas crianças já são consideradas obesas e 30% estão acima do peso normal para a idade. Em todo o mundo, pelo menos 42 milhões de crianças com menos de 5 anos estarão obesas ou acima do peso até o fim deste ano de 2010. Destas, quase 34 milhões vivem em paises em desenvolvimento, como o Brasil. São dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgados em matéria de Carolina Khodr, especial para o Diário de Pernambuco1 de 17/07/2010. Outro dado a ser avaliado: 50% da publicidade na TV são dirigidas às crianças. É aí onde a criança é estimulada ao uso do refrigerante, que contém cerca de 3 colheres de sopa de açúcar. Há outra colher para cada bola de sorvete. Cada biscoito recheado contém 60% do seu peso em açúcar.

Cifras preocupantes de gordura saturada dão a cremosidade e o sabor aos biscoitos recheados, aos sorvetes, salsichas e pizzas. O sal de uma Coca-cola “zero”, de um salgadinho, pizza, salsicha, altera o equilíbrio hídrico do organismo da criança, com retenção de líquido e aumento do peso corpóreo e da pressão arterial. O aumento do consumo de refeições industrializadas e de alimentos com excessos de açúcar, sal e gordura é um risco para a saúde e assusta os especialistas. São os riscos que a publicidade desses tipos de produtos agora é obrigada a deixar claro ao consumidor. É a nova resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) quem diz.

Uma pesquisa do Ministério da Saúde mostra uma progressiva queda no consumo de alimentos saudáveis, substituídos por produtos industrializados e refeições prontas. São estes os novos vilões de uma alimentação inadequada, por excesso de açúcar, sal e gordura, que, consumidos com frequência, são responsáveis por sérios problemas de saúde. Informações que justificam as novas regras da Anvisa, que introduzem veiculações de alertas nos comerciais de televisão e rádio. Um texto como “o produto tal contém muito açúcar e, consumido em grande quantidade, aumenta o risco de obesidade e cárie dentária”, será corriqueiro em nossas guloseimas.

Além disso, a Anvisa estabeleceu limites para os constituintes de cada classe de alimentos. Assim, num pacote de 100 gramas de biscoitos recheados, que contém cerca de 60gramas de açúcar, a doçura não pode mais passar de 15 gramas. Nos salgados, o limite de gordura saturada passa a ser de 5%. De sal (sódio), apenas 0,4%. Razões sobram ao governo para incidir numa desordem alimentar que, de acordo com a OMS, leva mais de 45% da população brasileira ao excesso de peso e cerca de 20% à obesidade. Excesso de peso e má alimentação desencadeiam problemas cardiovasculares, responsáveis principais pelos óbitos no País.

Como explica a Anvisa, os brasileiros, especialmente os jovens, “são muito influenciados pelas propagandas. A iniciativa da Anvisa visa a proteger os consumidores da omissão de informações e da indução ao consumo exagerado”. E "os alertas nas propagandas vão possibilitar a reflexão do consumidor, para que ocorra uma mudança de comportamento, desestimulando os excessos. Essa medida reflete a capacidade e o dever do Estado de proteger a população".

Informa Carolina Khodr que em sua última assembleia, realizada em Genebra, 2010, a OMS “recomendou que os países adotassem medidas para reduzir o impacto da propaganda de alimentos pouco nutritivos sobre as crianças, já que as escolhas delas influenciam em até 80% as compras feitas pela família”. As crianças, segundo fonte da Fundação Oswaldo Cruz, “são estimuladas por sons, cores e imagens, são tentadas pelas logomarcas e seduzidas pelos presentes oferecidos com os alimentos". Como conseqüência, altos riscos de alterações metabólicas, obesidade, hipertensão arterial.

Há na matéria do bravo e eterno Diário de Pernambuco uma pequena menção à responsabilidade compartilhada da mídia, em especial a Televisão, por este risco à saúde dos nossos adultos e da nossa infância. A preocupação é procedente e não poderia estar ausente do debate nacional no atual cenário eleitoral. Pautar sua discussão, entretanto, não é fácil. É o que demonstra a irada reação dos donos do poder midiático a um programa prévio de uma das candidaturas a presidência, por conter indícios de discussão sobre o papel dos meios de comunicação no Brasil. À luta, pais!

(1) http://www.diariodepernambuco.com.br/2010/07/17/brasil6_0.asp

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Não são tempos de Barbosa Lima e Castelinho

Entramos numa fase de campanha política em que a ordem é bater. Se não tiver como bater, há de se inventar, criar, repetir, requentar. Ainda não conseguimos atravessar o período em que o governo Lula foi invadido por um tal “denuncismo”, travestido de jornalismo investigativo. Irresponsável, politiqueiro, sem porteira, como diria Veríssimo, o pai. É o que revelam tantos textos pseudojornalísticos, prenhes de “denunciou”, “teria elaborado”, “teria causado”, “foi acusada”, “escândalo”. Quase sempre de fonte suspeita, adversária. Interesses subreptícios, beirando o explícito. São palavras, intenções e ações que não resistem ao menor crivo do jornalismo sério.

O jornalismo sério, para informação da nova geração, é uma prática dos tempos de Barbosa Lima Sobrinho, de Carlos Castelo Branco. Hoje, anêmica, em baixa na bolsa midiática global.

É temerário, pois, auferir credibilidade passiva, acrítica, ao que está ou esteve na rede, nas revistas, jornais, ou foi divulgado por rádio e/ou televisão. Pior ainda os “repassando”, textos que circulam na internet, geralmente de má qualidade e pior credibilidade, no mais das vezes, apócrifos. Como se sabe, textos primários são impressos em papel. E papel tudo aceita. É por isso que o Jornalista tem o cacoete profissional, qual um cheque lista de aeronauta, de não escrever um texto que não responda a maioria das perguntas: quem? o que? quando? onde? e por que? O leitor crítico também busca estas respostas em suas leituras.

O leitor acrítico, não. Ele lê/ouve seu Jabor, Mainardi, Casoy, Cantanhêde, confiando que seus textos não possam ter a menor intenção de distorcer a realidade dos fatos. Não desconfia que cada fato pode ter mais de uma versão, cada uma ditada pelo interesse de quem a escreve e divulga. Ele não percebe que são muitas as armas do convencimento, seja uma aura de santidade, de falsa inquietação moral, seja uma contundência verbal ou a beleza plástica pela qual o texto se apresenta. A acriticidade da leitura e os textos sem o viés profissional têm dominado o panorama político brasileiro desde o “escândalo” do “mensalão”, quando, como dizia Nelson Rodrigues, “os idiotas perderam a modéstia”.

E por que o denuncismo? Nada como práticas deletérias antigas serem expostas em novo tempo e contexto para tentar, como foi largamente feito, desestabilizar a reeleição de um governo que não teve origem na elite e, ao mesmo tempo, teve a ousadia de tentar recuperar parte do que foi surrupiado dos pobres pela burguesia. A burguesia fede, dizia Cazuza. E é mesquinha e vingativa, diríamos. Ela não suporta ver um governo “analfabeto” ousar conduzir sua política exterior com soberania e responsabilidade em relação ao grande capital, aos donos da geopolítica internacional. Um governo que desafiou o usual adesismo automático de antes ao expansionismo do tio Sam.

A grande possibilidade de vitória da candidatura identificada com o atual governo, por um lado, e a defesa de interesses contrariados da nossa elite, personificados na candidatura tucana, por outro, têm produzido frenético retorno da onda denuncista. A grande maioria da imprensa nacional, comprometida com o retorno tucano, começa a mostrar suas ferramentas de fazer tramoia. Desta vez, com maior dose do que o presidente Lula chama de jogo rasteiro. Comprova-o a grosseria, a falta de respeito e o preconceito com que um grande jornal de circulação nacional, a Folha de S. Paulo, pôde estampar, em página nobre do jornal, a candidata Dilma caracterizada de prostituta.

Mais: Fabricação de boatos, dossiês fantasmas, câmaras e teclados atentos a qualquer escorregão. Episódios retirados do contexto e ressaltados como desqualificador da candidata. Como exemplo de tramóia, uma legítima contratação de assessoria jurídica para acompanhamento do processo eleitoral, como o fazem todos os candidatos. A mídia transforma o fato em artimanha da candidatura petista “para burlar” a legislação eleitoral.

No caso dos dossiês, a condenação pode ser pelo fato de ter sido (supostamente ou não) elaborado, vazado, comprado, ou, de outro lado, pelo seu conteúdo. Depende de quem pode ser atingido. Foi por essa tramoia que não mais soubemos o que aconteceu com o caso de mais de 1000 ambulâncias superfaturadas por uma máfia que se instalou no Ministério da Saúde de Serra. Quando o conteúdo supostamente atinge o lado da “base de sustentação”, não interessa discutir a elaboração, o “vazamento”, a compra do dossiê. Discute-se o conteúdo.

Se o assunto é um suposto esquema irregular de financiamento de campanha comandado pelo vice-presidente do PSDB Eduardo Jorge e, de quebra, uma milionária usina de arapongagem supostamente financiada pelo Ministério da Saúde para bisbilhotar futuros adversários presidenciáveis do candidato Serra, dá-se preferência à criação de uma suposta oferta de um “dossiê” correspondente ao comitê político do lado oposto. Um dos jornais assume a tramoia e forma-se uma retumbante onda em toda a mídia. Não são tempos de Barbosa Lima e Castelinho.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Dissipando nuvens



Foi preso em Caracas o salvadorenho Francisco Chávez Abarca, integrante da lista de procurados da Interpol, por envolvimento com atentados a bomba em Cuba nos anos 90. Segundo a Folha de São Paulo¹, a prisão ocorreu no aeroporto da capital venezuelana quando Francisco tentava entrar no país com passaporte falso. Sua missão, segundo o presidente Hugo Chávez, era assassiná-lo, resultado de conspiração de setores da oposição com o terrorista. O salvadorenho tem ligações com o cubano naturalizado venezuelano Luis Posada Carriles, que vive em Miami e foi condenado na Venezuela e no Panamá pelos atentados em Cuba. Entre eles, a explosão de um avião que matou 73 pessoas em 1976.

A mesma matéria da Folha informa que o presidente venezuelano ameaça tomar o controle da TV Globovisión, de radical oposição ao governo. Há processos contra os principais dirigente da TV: o presidente Guillermo Zuloaga e um dos maiores acionista da emissora, Nelson Mezerhane, que estão foragidos e têm ordem de captura internacional. Zuloaga é acusado de “usura genérica” por ocultação de veículos para especular no mercado. Mezerhane está envolvido com fraudes do sistema financeiro. O banco do qual era presidente sofreu intervenção do governo.

O presidente Chávez também acusou a oposição de “podridão moral”, por condenar o governo no “escândalo da comida vencida” – o achado de cerca de 70 mil toneladas de alimentos importados por órgão do governo fora do prazo de validade. O fato de certa forma emparedou o governo e serviu para frear temporariamente a cruzada de Chávez contra os especuladores e a indústria de alimentos, culpados pela inflação que acumula 14,2% até maio.

Ameaças contra a vida do máximo dirigente nacional; terroristas condenados que circulam livremente pelas ruas de Miami, paraíso da máfia cubana no exílio; dirigentes de televisão que especulam contra a economia popular e que fraudam o sistema financeiro; constituem a podridão moral de uma elite que não respeita as regras da ética nem cessa de especular em detrimento do poder aquisitivo da população. Tudo direcionado à desestabilização do governo Chávez. É justamente essa elite que a secretária de estado Hillary Clinton chama de “diferentes grupos cívicos que desempenham um papel importante no desenvolvimento da democracia” venezuelana.

Para Hillary, o “intolerante” governo Chávez vem reprimindo lentamente esses “grupos cívicos”. Não tem sido diferente a posição da imprensa brasileira, como macaco de imitação, permanentemente submissa aos interesses contrariados de Washington. Centrais de intriga e agressão diante dos diferentes processos políticos de independência e soberania em curso no nosso continente. Sobram razões, portanto, ao chanceler da Venezuela, Nicolas Maduro: “Rejeitamos esta nova agressão de Hillary Clinton e exigimos respeito absoluto a nossa democracia, a nossas liberdades, a nossa forma de fazer nossa vida, nosso modelo econômico, nosso modelo social, nosso modelo político”.

Segundo Maduro, as críticas da secretária de Estado foram feitas, “exatamente quando em Caracas” se desenvolve "um processo de diálogo, de compreensão das diversas formas de ver o continente", do qual participaram representantes de “todos os Governos” da América Latina e do Caribe. De acordo com a matéria da agência espanhola EFE², “Chanceleres e altos representantes de 30 países latino-americanos e caribenhos realizaram ontem (sábado,3/07) na capital venezuelana um encontro preparatório para a cúpula presidencial da nova Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), que acontecerá na Venezuela em 2011”.

A Celac, no discurso de Hugo Chávez diante dos chanceleres, vem abrir caminho para que a América Latina e o Caribe deixem para trás os tempos das “imposições dos Estados Unidos e da Organização dos Estados Americanos (OEA)”. Tempos em que Washington e a OEA condenaram a América Latina e o Caribe “à miséria, ao atraso, à dependência e ao subdesenvolvimento”. Podemos completar: tempos de assassinatos, golpes de estado e ditaduras sob orientação e apoio de Washington e seus representantes nativos.

(1) http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft0307201003.htm

(2) http://br.noticias.yahoo.com/s/04072010/40/mundo-chanceler-venezuelano-rejeita-nova-agressao.html

O Manifesto