domingo, 27 de janeiro de 2008

Algumas histórias que o Caçador de Pipas não conta

Algumas histórias que o Caçador de Pipas não conta

O filme “O Caçador de Pipas” tem o mérito de apresentar um painel sobre a cultura, as tradições e a vida no Afeganistão, pelo relato da amizade de dois meninos afegãos. A obra de ficção tem como pano de fundo a parte da história que compreende a queda da monarquia nos anos 70, a invasão dos soviéticos e a ascensão dos talibãs ao poder. É justamente nesse pano de fundo que desbotam os méritos da obra. O filme é uma adaptação do best-seller do médico Khaled Hosseini, nascido em 1965 em Cabul, que vive nos EUA desde 1980. O livro foi todo escrito na Califórnia. Hosseini só voltou ao Afeganistão depois do livro ter sido lançado, 27 anos após ter deixado o país.

Essa distância espacial e temporal ajuda a entender as omissões históricas e a visão generosa com o papel dos EUA na destruição de sua terra natal. Quando visitou o país, após a publicação de seu livro, ele ficou chocado. “Infelizmente, o que vi por lá era pior do que aquilo que imaginei e narrei. A destruição do país é impressionante, muito triste”, declarou. No livro (e no filme), o escritor é grato pela acolhida que teve nos EUA, país “onde ninguém se importaria com o fato de seu personagem Hassan ser um hazara”. O filme mostra os soviéticos e os talibãs como seres monstruosos e pervertidos, mas omite “detalhes” do papel que os EUA tiveram no fortalecimento dos talibãs e na sua chegada ao poder.

Assim como ocorreu com Saddam Hussein no Iraque (contra o Irã) os talibãs também se juntaram aos EUA contra os soviéticos. Se Hosseini não tivesse escrito o livro inteiramente na Califórnia, baseado apenas em sua memória e imaginação, talvez tivesse produzido um relato histórico um pouco mais fiel. Ao final do filme, o que fica é a selvageria soviética e talibã, de um lado, e o papel "salvador" e "civilizador" do Ocidente, do outro. Não diz que EUA e Inglaterra – e os aliados Paquistão e Arábia Saudita – contribuíram decisivamente para tornar o país um monte de ruínas.

Uma boa fonte para preencher essa lacuna é o livro “A grande guerra pela civilização – A conquista do Oriente Médio”, do jornalista inglês Robert Fisk, que passou os últimos 29 anos cobrindo as guerras no Oriente Médio. Em seu livro de quase 1.500 páginas, publicado no Brasil pela Editora Planeta, Fisk conta algumas histórias que o caçador de pipas não conta.
(Leia na íntegra o texto de Marco Aurélio Weissheimer para a agência Carta Maior)
[1].

A gastança e os pobres

“Especialistas” e “analistas” adrede convocados pela imprensa, repetem, a toda hora, aquilo que a oposição e setores da mídia querem ouvir e de modo acrítico repetir aos quatro ventos. A Mirian Leitão tem uma receita infalível: Perguntada sobre o que se deveria fazer no Brasil para enfrentar a crise dos agiotas do setor imobiliário dos EUA, ela responde, desta vez sem gaguejar: “Parar com a gastança”. A população, diante de irresponsável bombardeio, assustada, por lhe faltar a contradita, passa a também repetir. O país estaria submetido a irresponsável gastança que colocaria o futuro da economia em risco. A excelente matéria do economista Antônio Prado para Valor Econômico em 10/01/2008 contraria essa mesmice.

Com dados do IPEA sobre os últimos 17 anos fiscais, ele mostra queda dos gastos com pessoal como proporção do PIB. E que a dívida pública só faz cair desde 2002. A economia, sob a forma de superávit primário, no atual governo, está acima do que é preciso para estabilizar a dívida líquida do setor público. O esforço reflete na queda do déficit nominal, que hoje é menor que o exigido pelo Tratado de Maasthicht para permitir o acesso dos paises à União Européia. Como se pode falar em gastança? Prado responde que talvez seja porque os gastos com o INSS sejam maiores que os gastos com os juros da dívida pública, o que denota uma velada, mas real, ação distributiva.

Esta seria a fonte de tanta exasperação. Uma legítima disputa pelo orçamento público, como a do Welfare State versus Warfare nos EUA, que no Brasil coloca em campos opostos, de um lado, os gastos com a rede de proteção social e também com a infra-estrutura produtiva básica, contra, do outro lado, os gastos com os juros e as desonerações tributárias na acumulação de riquezas. É uma disputa comum na ordem social capitalista. Mas que fique claro o que está em jogo. Enquanto o dinheiro público fluiu por décadas para a construção de quase todos os impérios empresariais brasileiros, não houve no andar de cima quem reclamasse da gastança. Ou que a eficiência do sistema estava em risco.

O destino do dinheiro público cumpria uma função na acumulação privada de capitais, enquanto a renda se concentrava. Hoje, quando o nosso Índice de Desenvolvimento Humano atinge o bloco dos paises de cima, a pobreza cai com força, o salário mínimo real dobra, a renda, o crédito e o consumo disparam, ressurge com toda força o falso temor ao Estado perdulário. Não é por acaso.
(Leia matéria integral do economista Antônio Prado para Valor Econômico)
[2].

Silêncios obsequiosos

O presidente-ditador Ernesto Geisel autorizou o assassinato do ex-presidente João Goulart. A ordem foi passada à inteligência uruguaia pelo conhecido torturador do governo brasileiro, Sérgio Fleury, na operação chamada Escorpião, acompanhada e financiada pela CIA (agência de inteligência dos EUA). Cápsulas envenenadas eram colocadas nos medicamentos que Jango tomava para o coração. A revelação foi feita pelo ex-agente do serviço de inteligência do governo uruguaio Mario Neira Barreiro, preso desde 2003 no Rio Grande do Sul, em entrevista que a Folha de São Paulo publicou neste domingo, 27/01, o fato já havia sido divulgado em matéria da agência Brasil de Fato.

Durante muito tempo, a historiografia oficial tentou apontar o general Geisel como o campeão da democracia, que teria devolvido ao país a liberdade. As recentes pesquisas vão fazendo ruir esse mito que, aliás, os próprios áulicos da ditadura vêm abandonando, sobretudo depois da entrevista dada pelo general à historiadora Celina D'Araújo, onde justificou e defendeu o uso da tortura [3].

O jornalista Beto Almeida rememora que o “golpe militar de 1964, que derrubou o presidente João Goulart, é um trágico episódio da nação brasileira. Depôs um presidente legitimamente eleito, herdeiro das causas trabalhistas de Getúlio Vargas, exatamente quando havia recém anunciado ao país sua intenção de realizar Reformas de Base. Jango queria promover mudanças na injusta estrutura agrária, na infra-estrutura do país, mas, também, tinha o objetivo de limitar as escandalosas remessas de lucros ao exterior”. Foi esta a principal razão da participação direta do governo dos EUA nas conspirações para o golpe que instalou uma ditadura de mais de 25 anos no Brasil [4].

BRINDE: IMÁGENS DA DITADURA. FUNDO MUSICAL: PEQUENA MEMÓRIA PARA UM TEMPO SEM MEMÓRIA (A LEGIÃO DOS ESQUECIDOS) E ACHADOS E PERDIDOS. COMPOSIÇÕES DO GENIAL GONZAGUINHA. VOZ FEMININA: MARÍLIA MEDALHA.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

A mentira amarela

A mentira amarela.

Notícias desta 3.ª semana de 2008 mostram que a geração de empregos com carteira assinada em todos os setores e regiões no ano passado foi a maior da história [1]. Também mostram que o Brasil ultrapassou os120 milhões de celulares, um crescimento de 21% no ano, o melhor da história. E mostram mais que a produção de petróleo da Petrobras aumentou 5,3% em dezembro, resultado da entrada em operação de nova plataforma e de novos poços. Os fatos deixam nervosos a oposição e a mídia nacional que, sem projeto para o país e torcendo contra, preferem retomar seus papeis de profetas do apocalipse e voltar à velha latomia cotidiana e ficcional do caos iminente.

Para tentar encobrir boas notícias, nada melhor do que vender a imagem de um país caotizado. E se cria mais uma ficção: uma epidemia de febre amarela. Uma forte ação da mídia alarmista que fez adoecer mais de 30 brasileiros, dois baixados à UTI, por overdose vacinal, a overdose da mentira amarela. E deixa sem vacina a população que necessita locomover-se para conhecidas áreas endêmicas, como o faz há mais de 50 anos. Epidemia de mau-caratismo tendo a tucana juramentada Eliane Cantanhede à frente. A todo instante os jornais a aterrorizar a população com a morte de macacos. A mostrar macacos que morreram por velhice ou do coração, como qualquer mortal.

Hoje, a imprensa desinforma sobre a febre amarela, com prejuízos à população, mas poderia desempenhar um papel de utilidade pública se quisesse esse objetivo. Boa oportunidade para esclarecer os conceitos de endemia, epidemia e até pandemia. E sobre o caráter cíclico dos surtos da febre amarela silvestre que entre 2000 e 2002 acometeu 141 pessoas e matou 70 brasileiros. Faz-nos lembrar a desinformação dessa mesma imprensa que levou muita gente a contrair o vírus da AIDS, por irresponsável imagem que passava à população de que se tratava de uma doença dos homossexuais. A população deixava de tomar outras providências para evitar a contaminação.


Desta vez, será tudo diferente

Boas notícias fazem o Alexandre Garcia espumar pela ventas e fragilizar suas coronárias. Tira-lhe o sono a possibilidade de o presidente Lula voltar a falar que “nunca na história deste país...” E não faltam razões ao mandatário. Agora, a revista britânica The Economist, de alta credibilidade internacional, brada que o Brasil está preparado para absorver uma desaceleração mundial em face de provável recessão nos EUA. E não atribui o fato à sorte ou ao acaso: “desta vez, o Brasil tem uma demanda de consumo doméstica forte, está mais integrado aos mercados mundiais, e depende menos do comércio com os Estados Unidos”, diz a revista, atropelando as opiniões dos "especialistas" da nossa colonizada mídia [2].


A mídia brasileira resiste a pautar notícias que venha a nutrir a agenda positiva do governo. Por outro lado, esconde a agenda negativa que resulta da falta de projeto da oposição e da própria mídia. Por exemplo, o Aécio Neves a articular com o Fernando Pimentel (PT) as mineiras eleições de governador e de presidente da república. Os outros cardeais tucanos a bater cabeça. O furibundo e anêmico senador Arthur Virgílio anunciando que concorrerá à presidência, mesmo com os risíveis 3% de votos que teve para governo do Amazonas. O Alckmin (o picolé de chuchu, lembram-se?) a se ligar em Quércia para salvar sua candidatura a prefeito que o também tucano Serra quer rifar.


Do lado do Demo, a deputada Nice Lobão, acuada por denúncia contra o filho neo-senador, avisa que a nação pefelista também tem o rabo preso, defeito que só aparece quando assume algum cargo no governo. Antes, todos são santos. E a nação se calou. Como se calou o rei que mandou Chávez se calar, depois de flagrado como garoto-propaganda de empresas espanholas suspeitas. Quem não se calou foi o demo-prefeito do Rio ante o jornal O Globo, por reportagens que julgam péssima sua administração. César Maia reagiu afirmando que O Globo não tolera governante com autonomia, prefere-os submissos. E que o jornal atua como um partido político. A meu ver, ambos têm razão.


Na CBN, a Lúcia Hippólito, do comitê político de O Globo, a incitar a população a não pagar o IPTU do prefeito: “é um movimento legítimo”, diz. Animação de militante que lembra os velhos tempos em que ela foi uma das coordenadoras do projeto de governo (?) do recém eleito presidente Collor. Garra somente igualada à da intervenção da Mirian Leitão, nesta mesma semana, e na mesma CBN, a condenar a interferência do governo nos procedimentos dos seguros-saúde: “Vai onerar os custos das seguradoras”, dizia, a proteger os interesses dos anunciantes globais. Nenhuma palavra dela sobre nossos recordes em investimentos estrangeiros. Mais que Índia, China e Rússia [3].


Porque DEM, e não Demo?

O PFL nasceu em 1985 como uma dissidência do PDS para apoiar Tancredo Neves. Um jogo de cartas marcadas para continuar no poder. Deixava o partido sucessor da velha Arena e seu sucedâneo como instrumento de sustentação política da ditadura militar e de defesa das classes sociais a ele ligadas, como latifundiários, grandes empresários, banqueiros, a grande mídia e as multinacionais. Em vinte e um anos de controle sobre a máquina de poder, o foco da sua política econômica foi centrado na submissão do Brasil ao expansionismo imperialista dos EUA e num perverso modelo de concentração de renda e de exploração da classe trabalhadora.


No campo político-institucional, respaldou os atos da infame ditadura, como: o fechamento do Congresso Nacional, a prática institucional de prisão, tortura, assassinato e desaparecimento de patriotas e militantes políticos em todo o território nacional. Apoiou a censura à imprensa e à cultura; a perseguição e repressão aos movimentos populares e sindicais que lutavam por melhores condições de vida para os trabalhadores e suas famílias; a repressão à igreja e aos religiosos que lutavam em defesa dos direitos humanos.

Os anos neoliberais produziram na América Latina, sob Fujimori, Menen e Fernando Henrique Cardoso, significativa desnacionalização de empresas nacionais, que eram estratégicas para consolidação da nossa soberania. Nesse período, essa raça (um termo do agrado pefelista) apoiou essa farra tucana da privataria. E hoje, combate o esforço nacional contra o trabalho escravo e a opção do governo pelo investimento em políticas do interesse popular. “Populismo”, dizem. A ponto de se oporem a ampliação da contribuição do hiper-lucrativo sistema bancário na recomposição da perda de recursos para a saúde pública.

Uma vez mais, os pefelistas ficam do lado dos banqueiros contra os que mais necessitam. Seu caráter golpista, conservador e elitista rasga a máscara de democracia com que desejam ludibriar os brasileiros. Essa e muitas outras razões históricas e programáticas permitem afirmar que o partido ex-Arena, ex-PDS e ex-PFL é Demo por excelência, jamais DEM.
(Leia a íntegra desta matéria de Sidnei Liberal no Portal Vermelho, 'a esquerda bem informada'.)


BRINDE: LUCIANO PAVAROTTI CANTANDO "GRANADA", DE AUGUSTIN LARA, COM REGÊNCIA DE JAMES LEVINE (deixar alguns segundos no 'pause', para carregar).

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Mais agenda positiva

1. Dados do IBGE desta segunda-feira, 14/01/2008, revelam que o emprego industrial e o valor da folha de pagamento real dos trabalhadores apresentaram em novembro a maior expansão desde dezembro de 2004. Uma evolução positiva dos índices do emprego corresponde ao maior dinamismo da atividade produtiva. Mais uma agenda positiva a festejar.
2. Na América Latina e Caribe os investimentos estrangeiros somaram US$ 125,8 bilhões em 2007. Um crescimento de 50% em relação a 2006 devido a novos investimentos e expansão da produção de empresas já instaladas. Nesse ponto, o Brasil foi vice-mundial, cresceu 100%.
3. Nos últimos seis meses o índice da bolsa paulista seguindo uma tendência diferente da de Nova York tem se valorizado, apesar da queda do índice nova-iorquino pressionado pela crise imobiliária nos EUA.
4. EUA, China e Rússia são os principais consumidores de energia do mundo e dependentes do exterior para a maior parte de seu petróleo, com isso, empreendem uma corrida desesperada para garantir seu abastecimento energético. Bom para quem produz.


The New York Times: o futuro do Brasil é agora. Consistentes democracias de massa despontaram por toda a América Latina, lideradas por personalidades tão diversas quanto Lula, Bachelet e Chávez. Os resultados têm sido desiguais, embora, passo a passo, todos têm se movido no rumo do futuro. Um progresso que carrega nos ombros, porém, uma acumulada disparidade crônica da distribuição de renda. A ascensão de Lula refletiu principalmente a esperança da superação dessa desigualdade e do sonho do desenvolvimento desta parte do mundo.

Nesse rumo, a visão astuta e pragmática do presidente Lula combina uma relação amistosa e parceira com os EUA com a ampliação da relação com as demais lideranças da América Latina. Como objetivo, a integração e fortalecimento do bloco sul-americano. A boa maré que flui positivamente na direção do Brasil entusiasma até o representante do The New York Times, em São Paulo, Roger Cohen: “O futuro do Brasil é agora”, diz. Ele aponta cinco motivos para o otimismo: vastidão de terras agricultáveis, progressiva exportação de matérias-primas e alimentos, diversidade e exuberância em produção de energia, riqueza do meio ambiente e a avidez do mercado chinês.

Nada disso seria significativo se o Brasil fosse um país instável. Mas, como grande parte da América Latina, ele se tornou previsível. A China percebeu isso e rapidamente volta grande parte do seu foco às relações comerciais com este lado do mundo. Os EUA também têm buscado uma série de acordos de livre comércio, com resultados frustros. A transformação da América Latina nas últimas décadas foi subestimada. Política e econômica, mas também cultural. Os profundos preconceitos contra as populações indígenas, mestiças e mulatas foram confrontados e, se não vencidos, fortemente minados. Em termos históricos, este tem sido um momento de maior poder, com saudável presença da pele escura.
Leia o texto completo e original de Roger Cohen para The New York Times.

O Brasil é o 2º país onde o investimento estrangeiro direto mais cresceu em 2007. É a estimativa divulgada dia 08/01 pela Unctad, órgão da ONU que trata do desenvolvimento. O volume líquido de investimento direto recebido pelo Brasil deve dobrar em relação a 2006 e chegar a US$ 37,4 bilhões. (Notícia amplamente escondida pela mídia nacional e pela oposição demo, todos muito empenhados em condenar o governo e em desinformar o público sobre os reajustes tributários necessários a manter saudável nossa economia).

De acordo com a Unctad, a maior parte dos investimentos recebidos pelo Brasil destina-se a aumentar a produção industrial. No país onde mais cresceu o investimento estrangeiro, a Holanda, a entrada de capital externo se deveu à venda do banco holandês ABN-Amro para o espanhol Santander, por US$ 98,5 bilhões. Também o México e o Chile praticamente dobraram o volume de recursos estrangeiros. O volume total de no mundo chegou ao montante recorde de US$ 1,5 trilhão.

O país que mais recebeu recursos (em valores absolutos) foi os EUA: US$ 192,9 bilhões (crescimento de 10%). A depreciação do dólar ajudou a manter o país atraente para o investimento estrangeiro, mesmo com a desaceleração do ritmo de crescimento da sua economia. Estes recursos, por sua vez, ajudaram a reduzir os efeitos da sua crise imobiliária. Mas, a Unctad não descarta a probabilidade cada vez maior de uma recessão nos Estados Unidos e a incerteza sobre suas repercussões no mundo.
Leia o texto integral e original da BBC BRASIL.com, divulgado pela UOL.

A Bovespa ganha vida própria. O mercado brasileiro subiu de patamar e depende cada vez menos dos humores da bolsa de Nova York. O ano de 2007 ficará marcado na história do mercado de capitais brasileiro graças à abertura de capital da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Mas talvez a verdadeira transformação tenha sido outra: ao longo dos últimos meses, ela vem gradualmente se descolando da de Nova York. É como se tivesse ganhado vida própria depois de anos em que o vaivém das ações de empresas brasileiras era ditado quase exclusivamente pelos burburinhos vindos do mercado dos EUA e pelo aporte de investidores estrangeiros.

Em dezembro, a alta acumulada da bolsa brasileira era de 39%, enquanto a de Nova York era de 2% no mesmo período. É a 1ª vez que esses índices se afastam tanto desde o início do Plano Real. Isso aconteceu porque a economia e o mercado de capitais brasileiro foram capazes de gerar fatos fortes o suficiente para se sobrepor à influência externa. Entre os fatos, o maior crescimento do PIB, o equilíbrio das contas externas e a perspectiva de o país obter o grau de investimento das agências internacionais de risco.
Leia o texto original de Giuliana Napolitano para o Portal Exame

Conseqüências geopolíticas do poder energético: o nacionalismo de recursos provoca uma nova guerra fria. Um espectro percorre o planeta em tempos de recursos energéticos escassos e preços do petróleo disparados. Arrepia cabelos nas capitais tradicionais do poder e reúne líderes nada assemelhados ao consenso liberal de globalização, privatização e mercados livres, de Hugo Chávez a Evo Morales, de Vladimir Putin a Mahmud Ahmadinejad. É o nacionalismo de recursos, o novo poder geopolítico dos produtores de petróleo e gás, que se estende do Oriente Médio à América Latina, da antiga União Soviética à África.

"Estratégia de países com recursos energéticos para usá-los em seu próprio desenvolvimento, em vez de otimizar as receitas das empresas", disse Roger Tissot, da PFC Energy de Toronto. Todos os dias surgem novas alianças entre os nacionalistas de recursos. Na Bolívia, a Gazprom, gigante de energia controlada pelos russos, já presente na Venezuela, anunciou um investimento de 1,4 bilhão de euros no setor de gás boliviano, justamente no momento em que as multinacionais privadas andam “assustadas” com as políticas de nacionalização do presidente Evo Morales.

"Ressurgem políticas de colaboração entre a Bolívia e a União Soviética, como nos anos 50; estão reinventando a Guerra Fria", diz Tissot. Mais que uma nova guerra: um conflito muito aquecido na luta global por recursos energéticos. O preço do petróleo beirando US$ 100 o barril, dez vezes mais que em 2000, dá aos produtores energéticos um peso geopolítico que não conheciam desde o embargo de petróleo pela Opep na década de 1970.
Leia a matéria completa de Andy Robinson , de La Vanguardia, Madri.

BRINDE: UM JOVEM TOTALMENTE SEQUELADO FOI TENTAR CONVERTER ARIANO SUASSUNA MUSICALMENTE. RESULTADO? UMA PÉROLA! ( CLIQUE AQUI ).

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Gorilas e poliglotas descalços

1. “O livro de viagens de Marco Pólo, Aventura da Liberdade, foi escrito no cárcere de Gênova. Don Quixote de La Mancha, outra aventura da Liberdade, nasceu no cárcere de Sevilha. Foram netos de escravos os negros que criaram o jazz, a mais livre das músicas” (Eduardo Galeano).
2. “Henry Kissinger será lembrado pela diplomacia pouco convencional que praticou e pelo lado sangrento de suas iniciativas. Ele jamais escondeu a importância que têm, para os EUA, políticos latino-americanos como Menem e FHC” (José Luís Fiori).
3. Uma nova pesquisa do instituto Brasmarket vem consolidar a imagem do presidente Lula no final do seu quinto ano de mandato. O levantamento feito na capital paulista aponta o petista como o melhor presidente desde a redemocratização, há 20 anos.


O paradoxo ambulante. A cada dia, lendo os diários, assisto a uma aula de história. Os diários me ensinam pelo que dizem e pelo que calam. A história é um paradoxo ambulante. A contradição lhe move as pernas. Talvez por isso seus silêncios digam mais que suas palavras e com freqüência suas palavras revelam, mentindo, a verdade. Daqui a pouco se publicará um livro meu que se chama Espelhos. É algo assim como uma história Universal, e perdão pelo atrevimento. “Eu posso resistir a tudo, menos à tentação”, dizia Oscar Wilde, e confesso que sucumbi à tentação de contar alguns episódios da aventura humana no mundo, desde o ponto de vista dos que não saíram na foto. Por assim dizer, trata-se de fatos não muito conhecidos.

Aqui, resumo alguns, “algunitos” não mais. Quando foram desalojados do Paraíso, Adão e Eva se mudaram para a África, não para Paris. Algum tempo depois, quando já seus filhos se haviam lançado aos caminhos do mundo, inventou-se a escritura. No Iraque, não no Texas. Também a álgebra se inventou no Iraque. A fundou Mohamed al Jewarizmi, faz mil e duzentos anos, e as palavras algoritmo e guarismo derivam de seu nome. Os nomes podem não coincidir com o que designam. No British Museum, ponhamos por acaso, as esculturas do Partenon se chamam “mármores de Elgin”, porém são mármores de Fídias. Elgin se chamava o inglês que as vendeu a o museu.

As três novidades que fizeram possível o Renascimento europeu, a bússola, a pólvora e a imprensa, haviam sido inventados pelos chineses, que também inventaram quase tudo o que a Europa reinventou. Os hindus haviam sabido antes que ninguém que a Terra era redonda e os maias haviam criado o calendário mais exato de todos os tempos. Em 1493, o Vaticano presenteou Amárica à Espanha e brindou a África negra a Portugal, “para que as nações bárbaras sejam reduzidas à fé católica”. Na ocasião, América tinha quinze vezes mais habitantes que Espanha e a África negra cem vezes mais que Portugal. Tal como havia mandado o papa, as nações bárbaras foram reduzidas. E muito.
(Leia o texto completo e original de Eduardo Galeano para Página/12).


Os "poliglotas descalços". (...) documentos oficiais e as várias pesquisas jornalísticas e acadêmicas revelam o envolvimento direto do ex-Secretário de Estado dos EUA, Henry Kissinger, com a preparação e execução dos violentos golpes militares que derrubaram os governos eleitos do Uruguai e do Chile, em 1973, e da Argentina, em 1976. Além disso, existem inúmeros processos judiciais – em vários países – envolvendo Kissinger com a Operação Condor, que integrou os serviços de inteligência das Forças Armadas da Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai, para seqüestrar, torturar e assassinar personalidades políticas de oposição.

O apoio de Kissinger, e da diplomacia dos EUA a tais “intervenções militares”, que se caracterizaram por sua extraordinária truculência, sempre causou perplexidade. Mas não é difícil entender o que aconteceu quando se olha para os interesses estratégicos dos Estados Unidos e sua defesa na América do Sul, da perspectiva de longo prazo, traçada por Nicholas Spkyman, em 1942. Spykman definiu o continente americano, do ponto de vista geopolítico, como primeira e última linha de defesa da hegemonia mundial dos Estados Unidos. Dentro desse hemisfério, ele considerava improvável que surgisse um desafio direto à supremacia dos Estados Unidos.

Mas, considerava que poderia surgir um desafio dessa natureza na região que denominou de ABC, no Cone Sul da América. E, em tal caso, ele considerava inevitável o recurso à guerra. A sigla ABC, refere-se a Argentina, Brasil e Chile, que inclui, também, o Uruguai e o Paraguai – ou seja, inclui exatamente os mesmos países que estiveram envolvidos na Operação Condor. Nesse sentido, Kissinger seguiu rigorosamente as recomendações de Spykman com relação ao controle dessa região geopolítica. Sua única (e esperta) contribuição pessoal foi a substituição da “guerra externa”, proposta por Spykman, pela “guerra interna” das Forças Armadas locais contra setores de suas próprias populações nacionais.

Nesse ponto, Kissinger recorreu ao método que havia sido utilizado pelos ingleses, na Índia, por 200 anos. E nos lugares em que a Grã Bretanha dominou, utilizando suas elites divididas e subalternas, para controlar as suas próprias populações locais. Nas décadas de 80 e 90, Henry Kissinger afastou-se da diplomacia direta, mas manteve sua influencia pessoal e intelectual dentro do establishment e entre as elites conservadoras sul-americanas. (...) o entusiasmo demonstrado por Kissinger, com as reformas liberais dos anos 90, e com os governos de Menem e FHC, não deixa dúvidas com relação a sua preferência e estratégia atual, para a “região do ABC”: depois dos militares, os “poliglotas descalços”.
(Leia o texto completo e original de José Luís Fiori para Le Monde Diplomatique).


Brasil é 11º em ranking global de otimismo. O Brasil ocupa a 11ª posição numa lista que mediu o otimismo do empresariado de 34 países em relação ao desempenho das suas economias em 2008. A Índia está no topo da lista pelo segundo ano consecutivo e divide a primeira colocação com as Filipinas. O relatório International Business Report ouviu 7,8 mil empresários. De acordo com o levantamento, 70% do empresariado brasileiro tem boas expectativas para a economia do país neste ano. Em relação ao ano passado o Brasil subiu sete posições, já que havia ficado em 18º lugar em 2007. Em termos percentuais, a percepção positiva do empresariado subiu 23 pontos. Apenas três outros países tiveram uma melhora mais acentuada.

A sondagem, realizada pela consultoria Grant Thornton International, indica que o nível de otimismo no Brasil está acima da média global, de 42%, e da América Latina, de 26%. A pesquisa aponta que as principais razões para o otimismo do empresariado brasileiro são a política monetária, as taxas de juro, além do cenário político do país. A sondagem indica ainda que, entre os latino-americanos, os brasileiros são os mais otimistas. O Brasil também teve o maior aumento no nível de otimismo entre as economias emergentes reunidas sob a sigla BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China). Segundo a pesquisa, 22% dos empresários estadunidenses dizem ter boas expectativas para o desempenho da economia do seu país em 2008.
(Leia texto original completo da BBC Brasil.Com).


BRINDE: BELÍSSIMO TRIBUTO DO MÚSICO IRLANDÊS CHRISTY MOORE AO CANTOR VICTOR JARA, ASSASSINADO PELA POLÍCIA DO DITADOR PINOCHET DEPOIS DE ESMAGADAS SUAS MÃOS A CORONHADAS DE FUZIS DIANTE DE MAIS DE 5 MIL ESTUDANTES, TRABALHADORES, PROFESSORES, COMERCIÁRIOS, PRESOS NO ESTÁDIO NACIONAL DO CHILE, PARA OS QUAIS ACABARA DE CANTAR ALGUMAS DE SUAS CONHECIDAS CANÇÕES PATRIÓTICAS.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Leões e cordeiros no vale das sombras

1. “A Democracia tem valor para todos ou para ninguém. Não nos toca ir instalá-la em outras nações mediante a força das armas; toca-nos protegê-la em nosso país com toda a força de nossa convicção e estar ao lado dos que a instalaram em sua nação” (Danielle Miterrand).
2. A crise financeira que, desde agosto, vem abalando os centros do capitalismo mundial, a partir das hipotecas de alto risco, desmoraliza a mídia, a oposição e os habituais macacos de imitação sobre os reais motivos do momento favorável da nossa economia.
3. Surpreendentemente, o cinema de Hollywood mostrou, em dois filmes recentes, uma realidade que a imprensa diária simplesmente não aborda. A mídia simplesmente decidiu esquecer o Iraque e só dá noticias quando alguma bomba mata mais de 100 pessoas.
4. "A influência intelectual, artística e musical que a cultura cubana exerceu na criatividade norte-americana é profunda e deve continuar e ser apoiada" (Robert Kraft, da Fox Music, que tem em seu acervo, desde 1994, três Oscar, quatro Globos de Ouro, 11 Grammy e 17 Emmy).


Carta aberta de Danielle Mitterrand aos dirigentes europeus. Tal como a Europa aprendeu e pagou cruelmente, a democracia necessita ser vivida sem cessar, reinventada, defendida, tanto no interior de nossos países como no resto do mundo. Nenhuma democracia é una ilha. As democracias se devem assistência mútua. Por isso, faço um chamado aos nossos dirigentes e aos nossos grandes órgãos de imprensa: a jovem democracia boliviana corre um perigo mortal. Em 2005, um presidente e seu governo foram amplamente eleitos por mais de 60 por cento dos eleitores, mesmo ficando de fora uma grande parte de seus eleitores potenciais, indígenas, que não estavam inscritos nas listas eleitorais, pois nem sequer têm estado civil.

As grandes orientações políticas deste governo foram massivamente aprovadas por referendum antes mesmo desta eleição, em especial a nacionalização das riquezas naturais com vistas a uma melhor redistribuição, e a convocatória de uma Assembléia Constituinte. Por que é indispensável uma nova Constituição? Pela razão muito simples de que a antiga carta data de 1967, quando, na América Latina, as populações indígenas (que representavam na Bolívia 75 por cento da população) se achavam totalmente excluídas de qualquer cidadania. A inclusão (tem sido) constantemente travada e boicotada pelas velhas oligarquias, as quais não suportam perder seus privilégios econômicos e políticos.

Agora, em favor de um caos cuidadosamente instrumentado, renascem as ameaças separatistas das regiões mais ricas, que rechaçam o jogo democrático e não querem “pagar pelas regiões mais pobres”. Grupos ativistas neofascistas e bandos paramilitares, subvencionados pela grande burguesia boliviana e certos interesses estrangeiros, instalam um clima de medo. Pode-se matar uma democracia também por meio da desinformação. Imagens caricaturescas se fazem circular em nossos países, como se a presença de um presidente indígena e a crescente participação de cidadãos eleitores indígenas fossem insuportáveis, não só às oligarquias latino-americanas como também à imprensa bem-pensante ocidental.
(Leia inteiro teor do importante manifesto de
Danielle Mitterrand para La Jornada, em 23/12/2007).

2007: economia sustenta o governo Lula. Se o olhar do analista se dirigir à economia nacional, o ano de 2007 foi extremamente positivo para o Brasil. Nas estimativas mais pessimistas, o resultado final do crescimento do Produto Interno Bruto é algo em torno de 5% em relação a 2006, podendo ser até maior. A taxa de juros básica ainda é muito alta, mas é a menor em 30 anos, em termos reais. O desemprego nacional atingiu em novembro a menor taxa desde que o índice começou a ser medido pelo IBGE e deve fechar o ano na casa dos 7% da população economicamente ativa.

As vendas de Natal refletiram tudo isto e o comércio varejista projeta um crescimento recorde, de cerca de 10% em relação ao ano anterior, o que faz deste o melhor Natal dos últimos 10 anos. É a economia que sustenta a altíssima popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também fechou o ano com aprovação recorde, em um patamar superior aos 60%, fazendo com que ele mantenha o capital político que conquistou na reeleição, em 2006.

Em décadas passadas, o Brasil já cresceu bem mais, sem que isto se revertesse em benefícios para a população mais pobre e carente. Não é o que está acontecendo agora. Em números reais, o fato é que, desde a posse de Lula em 2003, 20 milhões de brasileiros migraram das classes D e E da população para a classe C. É muita gente. Continuam pobres, mas já não são miseráveis. O aumento do crédito tem deixado muitos brasileiros cheios de dívidas, mas tem permitido aos mais pobres acesso a bens de consumo, permitindo assim um salto no nível de vida dessas pessoas.
(Leia o texto original de
Luiz Antonio Magalhães publicado pelo Correio da Cidadania, em 27/12/2007).

Cinema mostra a guerra que a imprensa desdenha. Os dois últimos filmes sobre a guerra no Iraque foram mais além da macabra contabilidade dos mortos em atentados com bomba ou das imagens chocantes de iraquianos mutilados e mulheres desesperadas neste país árabe invadido pelos Estados Unidos. Os filmes Leões e Cordeiros e No Vale das Sombras debruçam-se sobre a vergonha íntima e a crescente desilusão de boa parte dos estadunidenses com uma guerra que eles começam a renegar. São películas interpretadas por atores do primeiro time de Hollywood, com orçamentos generosos, mas com um objetivo crítico claramente delineado desde a primeira cena.

Mas, trata-se de uma crítica que vai muito além da retórica pacifista. Ela mostra como um número cada vez maior de cidadãos já não consegue mais conviver com a convicção de que seu país se tornou um promotor de atrocidades. E, mais do que isto, uma nação cujos dirigentes estão destruindo, material e moralmente, uma geração inteira. Em Leões e Cordeiros, o diálogo entre uma jornalista e um senador dos EUA mostra a cumplicidade de suas instituições, mídia e senado, na produção de uma ficção política sobre o desenrolar da invasão. Mais: uma perturbadora discussão entre um professor universitário e um aluno sobre o imperativo moral de se fazer algo.

No Vale das Sombras é ainda mais implacável ao desnudar o fenômeno da perda de valores e esperanças. O filme estrelado por Tommy Lee Jones é baseado em fatos reais e mostra luta de um pai, veterano do Vietnam, em esclarecer a morte de mais um filho em conseqüência da guerra no Iraque. De narrativa pesada e lúgubre, mostra a crescente desilusão de um típico cidadão e a trágica constatação de que seu filho foi transformado num delinqüente torturador e viciado.
(Leia a matéria completa de
Carlos Castilho para o Observatório da Imprensa).

Influentes nomes do mundo cultural e artístico dos EUA condenam o bloqueio a Cuba. Eles manifestaram seu protesto contra a profundamente hostil política estadunidense contra Cuba que impede o natural intercâmbio artístico-cultural entre ambas as nações. Já somam 1.500 os intelectuais que assinaram uma carta dirigida ao presidente Bush e que vem circulando, desde a última semana de novembro, com a exigência do fim ao bloqueio a Cuba e de se estabelecer relações normais de cooperações cultural e artística.

Já era conhecida a adesão de personalidades como Danny Glover, Sean Penn, Santana e Bonnie Right – nomes expressivos da indústria cultural dos EUA. Mas, agora, a lista se enriquece, surpreendentemente, com o apóio de altos executivos do mundo da música e do cinema. Entre eles, Robert Kraft, presidente da Fox Music e Andy Spahn, da Dream Work, liderada pelo cineasta Steven Spielberg. Andy Spahn – qualificado por Spielberg como "uma das mentes mais brilhantes e laboriosas com as que já trabalhei” – deu seu aval para exigir o desmantelamento de uma política “que priva os próprios norte-americanos de um contacto enriquecedor com a cultura cubana”.
(Texto integral da agência Ainportuguesnews publicado no blog Estante).

BRINDE: Veja e ouça o DISCURSO Nº 1 e o DISCURSO Nº 2 de Evo Morales na Assembléia da ONU.

O Manifesto