terça-feira, 31 de julho de 2012

Como Janio de Freitas vê a imprensa golpista


"Janio de Freitas
O JULGAMENTO NA IMPRENSA

Se há contra os réus indução de animosidade, a resposta prevista só pode ser a expectativa de condenações

O julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal é desnecessário. Entre a insinuação mal disfarçada e a condenação explícita, a massa de reportagens e comentários lançados agora, sobre o mensalão, contém uma evidência condenatória que equivale à dispensa dos magistrados e das leis a que devem servir os seus saberes.

Os trabalhos jornalísticos com esforço de equilíbrio estão em minoria quase comovente.

Na hipótese mais complacente com a imprensa, aí considerados também o rádio e a TV, o sentido e a massa de reportagens e comentários resulta em pressão forte, com duas direções.

Uma, sobre o Supremo. Sobre a liberdade dos magistrados de exercerem sua concepção de justiça, sem influências, inconscientes mesmo, de fatores externos ao julgamento, qualquer que seja.

Essa é a condição que os regimes autoritários negam aos magistrados e a democracia lhes oferece.

Dicotomia que permite pesar e medir o quanto há de apego à democracia em determinados modos de tratar o julgamento do mensalão, seus réus e até o papel da defesa.

O outro rumo da pressão é, claro, a opinião pública que se forma sob as influências do que lhe ofereçam os meios de comunicação.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

A flecha lançada

 
Imagem Sérgio Lima Folhapress
Uma análise do chamado mensalão deve começar pelo pressuposto de que setores do bloco governista, logo após o processo eleitoral de 2002, usaram um mau hábito da baixa política eleitoral, o famigerado caixa 2, instrumento muito popular entre empresários do mundo inteiro, para burlar informações fiscais. E há muito tempo vem sendo utilizado na seara contábil política. Para produção desse instrumento nada republicano, o grupo do “mensalão” usou tanto empréstimos bancários normais quanto sobras de campanha, algumas de origem legal, outras de fontes suspeitas e muitas resultantes de manobras financeiras supostamente ilegais. O objetivo dos partidos envolvidos era o de quitar pendências da última eleição. O julgamento do Supremo Tribunal Federal em breve apontará o que foi certo e o que foi errado.

Para se avaliar a extensão desse tipo de fraude no Brasil, teria sido conveniente que os atores oposicionistas, amparados pelos holofotes midiáticos, não tivessem limitado suas análises apenas ao campo dos partidos da base aliada. É também lamentável que as críticas se tenham direcionado apenas ao período da campanha de reeleição do presidente Lula. Ambos os fatos caracterizam manipulação em benefícios de interesses da grande imprensa e da oposição, incompatíveis com a continuidade de um governo comprometido com as causas populares. Por isso mesmo seria preciso atingir a figura de Lula e inviabilizar a renovação do mandato petista.  Felizmente, para o presidente, os adversários produziram muita pirotecnia e pouca consistência acusatória. 

O Manifesto