quinta-feira, 17 de abril de 2008

"Eu tenho um sonho" (Martin Luther King)

40 anos sem Martin Luther King (pequena homenagem)

A quatro de abril de 1968, o mundo perdeu um dos mais célebres lutadores contra a desigualdade étnica e racial. Nascido no centro do capitalismo mundial, o pastor batista Martin Luther King foi o porta-voz de milhões de negros, denunciando que a liberdade e a riqueza propagadas com alarde pela potência econômica só chegava para os brancos. Luther King destacou-se a partir de 1955, como defensor de Rosa Parks, uma negra que foi presa por se recusar a ceder seu lugar em um ônibus para uma mulher branca. Em 1964, com 39 anos, tornou-se o mais jovem vencedor do Prêmio Nobel da Paz. Mártir na luta pelos direitos civis. Grande orador, Luther King se caracterizou pela forma pacífica de fazer luta política.

Em famoso discurso, “Eu tenho um sonho”, Washington, 1963, King denunciava que 100 anos após o fim da escravidão nos Estados Unidos, os negros continuavam “a viver numa ilha isolada de pobreza, no meio de um vasto oceano de prosperidade material”. Porém, tinha sempre presente esperança na superação da sociedade desigual. No mesmo discurso, disse que em seu sonho seus “quatro pequenos filhos viverão numa nação onde não serão julgados pela cor da sua pele, mas pela qualidade do seu caráter”. King foi assassinado com um tiro, na cidade de Memphis, sul dos EUA. “Se você não está pronto para morrer por alguma coisa, você não está pronto para viver". Dizia King.
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Secos e molhados do “Correio Brasiliense”

A bem-vinda mobilização estudantil em Brasília – esquentando as comemorações dos quarenta anos do ano de 1968 (o ano que não terminou) – ofuscou um pacote que o Correio Braziliense (CB) deste domingo publicou para tentar turbinar a moribunda CPI da tapioca. A morte da menina Isabela, transformada em show por nossa imprensa tupiniquim, também contribuiu para a pífia exposição do aloprado pacote. O cozidão, ao pior estilo Veja, incluiu desde certezas sobre coisas que os cânones jornalísticos aconselham tratar como suposição até elucubrações de “analistas”, com analogias de práticas do governo atual com as que seriam adotadas pelo governo Putin ou por míticas autocracias passadas.

Como se a elaboração de dossiê nos últimos tempos fosse uma prática exclusiva da situação, a reportagem deliberadamente esquece que dossiês e mais dossiês têm sido os instrumentos de atentados da mídia e da oposição contra o governo desde a campanha de reeleição. A tese furada do CB é de que a coordenação política do governo preparou um dossiê com gastos do ex-presidente FHC e sua mulher, uma “bomba atômica” para intimidar o demo-tucanato. O jornal não leva em consideração e trata por “ironias” do governo o fato de que as informações que circulam, com dados tanto do atual como do governo anterior, até agora somente caíram nas mãos da oposição. Inclusive aquelas protegidas pelo sigilo.

Os autores do pacotaço do CB omitiram ainda o fato de que o presidente da OAB, a exemplo do Ministro da Justiça, declarou que não há nenhum crime em se elaborar um banco de dados ou dossiê. E que o crime é a manipulação e a divulgação de informações nele contidas. Esta interpretação, porém, é tratada com desdém pelos repórteres do CB, como “cantilena cara a Dilma Rousseff e Tarso Genro”. Essa atitude atua como blindagem aos senadores Álvaro Dias e Artur Virgílio. O primeiro confessou ter passado à revista Veja o dossiê, que tanto pode ter sido elaborado na Casa Civil como no gabinete do outro senador tucano, detentor de arquivos de sua passagem pela Secretaria-Geral na era FHC.

A primeira notícia do dossiê foi uma referência à compra de um pênis de borracha pelo Palácio do Planalto dos tempos de FHC, “para uma aula de educação sexual numa escola pública”. A notícia foi divulgada pelo jornalista João Domingos do jornal O Estado de S.Paulo, em 19 de fevereiro, e não pelo governo. Foi também da oposição a notícia de gastos sigilosos da viagem do presidente Lula aos Estados Unidos. Como foram revelados pelo próprio CB do último sábado os gastos com massagem feitos pelo ministro da Reforma Agrário do governo tucano, Raul Jungmann. A divulgação desses gastos é o crime apontado pela OAB. Outro crime é ver o Correio Braziliense entregue à mesmice do não-jornalismo.


Brasil é 2º em ranking de redução de mortalidade infantil

O Brasil ocupa a segunda posição entre os dez países que mais conseguiram reduzir o número de mortes de crianças com menos de cinco anos, de acordo com edição especial sobre as Metas do Desenvolvimento do Milênio preparada pela revista médica britânica "The Lancet". Foi de 57 para 20 a redução do número de mortes a cada mil nascimentos de 1990 a 2006. A meta projetada foi reduzir para 19 esse número até 2015. A edição especial da "The Lancet" foi elaborada com base no relatório Contagem Regressiva para 2015 - Sobrevivência Infantil e Maternal, preparado por um grupo que monitora as medidas adotadas por 68 países para alcançar as Metas do Desenvolvimento do Milênio referentes ao assunto.

Nas últimas estimativas, o Brasil também aparece em quarto lugar na lista dos dez países (entre os 68 analisados) com a mais baixa taxa de mortalidade materna. Na análise do quadro de cada país, são levadas em conta as taxas de mortalidade infantil e materna, as causas das mortes, os fatores nutricionais e a presença e cobertura de programas de saúde em áreas específicas como vacinação e atendimento pré-natal. O monitoramento é feito por representantes da Organização Mundial da Saúde, Unicef e instituições de ensino médico. É um grande avanço, mas, os índices ainda são bastante altos, cerca de três vezes maiores que os que, há muito, apresentam paises como Canadá, Cuba e Inglaterra
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[1] Leia o texto original de Vinicius Mansur, da Radioagência NP
[2] Leia matéria original da BBC Brasil/ Uol


BRINDE: S O L I D A R I E D A D E (enviado por Soho & Brighton)

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