Mídia, sinais da decadência.
Estranhamente a mídia brasileira não deu a mínima repercussão a uma elucidativa matéria produzida em vídeo pela Globo.com para o Esporte Espetacular (*). O vídeo, exibido no dia primeiro deste março, mostra os boxeadores cubanos Erislandy Lara e Guillermo Rigondeaux em Miami, cercados dos vários objetos de desejo com que foram seduzidos por representantes da máfia cubana que também atua na Europa.
Semanas antes, Lara e Rigondeaux desertaram de Cuba pela segunda vez. Da primeira vez, em tempos de PAN, no Rio, foram abandonados por conhecidos empresários europeus num hotel do Grande Rio, depois reconhecidos e encaminhados à pátria de origem. O episódio brasileiro ensejou conjecturas que viraram verdades absolutas: os cubanos foram extraditados, por solicitação expressa do “ditador” Fidel Castro.
Não bastaram informações formais do governo brasileiro de que os boxeadores, abandonados à própria sorte, resolveram encarar o governo cubano e voltar para casa, mesmo alertados de que poderiam ficar exilados no Brasil. Na mesma época, um treinador e um jogador de handebol, ambos da mesma equipe cubana, também desertaram e receberam refúgio no Brasil. Semanas mais tarde, foi a vez de três músicos cubanos.
Também não bastou uma nota da OAB do Rio de janeiro esclarecendo a oferta de ajuda jurídica aos boxeadores. Como não bastou a informação do procurador da República, Leonardo Luiz de Figueiredo Costa, representante do Ministério Público Federal, órgão independente do governo, de que oferecera habeas corpus para que Lara e Rigondeaux permanecessem no Brasil. E de que eles haviam decidido regressar a Cuba.
Já em Havana, Rigondeaux deu uma entrevista ao Jornal Nacional sobre sua deportação, nada obtendo que interessasse à sanha midiática nacional contra a Cuba e/ou contra o governo brasileiro. O fato dos boxeadores voltou à tona com o caso do refúgio dado pelo Brasil ao ex-guerrilheiro Cesare Battisti. Condenado à revelia, por fatos políticos de mais de trinta anos atrás. O “democrata” Berlusconi o quer de volta.
Merval Pereira e, por efeito manada, outros bambambãs do jornalismo político nacional, ansiosos para entregarem o “bandido” italiano, bandearam-se para o jornalismo marginal, inverossímil. Talvez para provar que o governo brasileiro teria ideológicos “dois pesos e duas medidas”. Ou, quem sabe, para lamberem com a língua submissa e ideológica dos colonizados as botas dos líderes do “mundo civilizado”.
Pois bem, o Esporte Espetacular desmoralizou essa turba de notáveis, irresponsável e desonesta com seus leitores. Agora em ampla “liberdade”, longe dos “grilhões” da sua pátria, Cuba, o hoje profissional do boxe internacional, Rigondeaux, informa que foi muito bem atendido pelas autoridades brasileiras, quando ele e seu companheiro desejaram regressar de modo espontâneo ao seu país.
O vídeo, embora tenha servido para mais desmoralizar uma imprensa que dá claros sinais de decadência, provavelmente terá a mesma repercussão que a nota da OAB do Rio de Janeiro à época do PAN: um sussurro na seção de carta dos leitores. Triste atalho por onde enveredam os que pouco se importam com o jornalismo sério que ainda se ensina nas boas escolas, cuja ênfase maior é o da veracidade e da ética.
Estranhamente a mídia brasileira não deu a mínima repercussão a uma elucidativa matéria produzida em vídeo pela Globo.com para o Esporte Espetacular (*). O vídeo, exibido no dia primeiro deste março, mostra os boxeadores cubanos Erislandy Lara e Guillermo Rigondeaux em Miami, cercados dos vários objetos de desejo com que foram seduzidos por representantes da máfia cubana que também atua na Europa.
Semanas antes, Lara e Rigondeaux desertaram de Cuba pela segunda vez. Da primeira vez, em tempos de PAN, no Rio, foram abandonados por conhecidos empresários europeus num hotel do Grande Rio, depois reconhecidos e encaminhados à pátria de origem. O episódio brasileiro ensejou conjecturas que viraram verdades absolutas: os cubanos foram extraditados, por solicitação expressa do “ditador” Fidel Castro.
Não bastaram informações formais do governo brasileiro de que os boxeadores, abandonados à própria sorte, resolveram encarar o governo cubano e voltar para casa, mesmo alertados de que poderiam ficar exilados no Brasil. Na mesma época, um treinador e um jogador de handebol, ambos da mesma equipe cubana, também desertaram e receberam refúgio no Brasil. Semanas mais tarde, foi a vez de três músicos cubanos.
Também não bastou uma nota da OAB do Rio de janeiro esclarecendo a oferta de ajuda jurídica aos boxeadores. Como não bastou a informação do procurador da República, Leonardo Luiz de Figueiredo Costa, representante do Ministério Público Federal, órgão independente do governo, de que oferecera habeas corpus para que Lara e Rigondeaux permanecessem no Brasil. E de que eles haviam decidido regressar a Cuba.
Já em Havana, Rigondeaux deu uma entrevista ao Jornal Nacional sobre sua deportação, nada obtendo que interessasse à sanha midiática nacional contra a Cuba e/ou contra o governo brasileiro. O fato dos boxeadores voltou à tona com o caso do refúgio dado pelo Brasil ao ex-guerrilheiro Cesare Battisti. Condenado à revelia, por fatos políticos de mais de trinta anos atrás. O “democrata” Berlusconi o quer de volta.
Merval Pereira e, por efeito manada, outros bambambãs do jornalismo político nacional, ansiosos para entregarem o “bandido” italiano, bandearam-se para o jornalismo marginal, inverossímil. Talvez para provar que o governo brasileiro teria ideológicos “dois pesos e duas medidas”. Ou, quem sabe, para lamberem com a língua submissa e ideológica dos colonizados as botas dos líderes do “mundo civilizado”.
Pois bem, o Esporte Espetacular desmoralizou essa turba de notáveis, irresponsável e desonesta com seus leitores. Agora em ampla “liberdade”, longe dos “grilhões” da sua pátria, Cuba, o hoje profissional do boxe internacional, Rigondeaux, informa que foi muito bem atendido pelas autoridades brasileiras, quando ele e seu companheiro desejaram regressar de modo espontâneo ao seu país.
O vídeo, embora tenha servido para mais desmoralizar uma imprensa que dá claros sinais de decadência, provavelmente terá a mesma repercussão que a nota da OAB do Rio de Janeiro à época do PAN: um sussurro na seção de carta dos leitores. Triste atalho por onde enveredam os que pouco se importam com o jornalismo sério que ainda se ensina nas boas escolas, cuja ênfase maior é o da veracidade e da ética.
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(*) Clique aqui para ver o vídeo da Globo.com
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