quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Obrigado, Fidel!

"Não haverá substituto para Fidel" (Ignácio Ramonet)

Ignácio Ramonet é diretor do jornal francês Le Monde Diplomatique. Para ele, a coisa mais surpreendente sobre Fidel, em mais de cem horas que passaram juntos, em conversas para a compilação de sua memória, foi o quanto ele era modesto, humano, discreto e respeitoso. Uma enorme moral e senso ético. Na visão do deputado Aldo Rebelo, ex-presidente da Câmara dos Deputados, o chão sagrado do comandante Fidel Castro é Cuba, mas ele articula um patriotismo continental espelhando-se não só na grande figura histórica de seu país, o mártir da independência José Martí, mas também em Simón Bolívar, no argentino San Martín e em nosso José Bonifácio de Andrada e Silva. Para Aldo, pode-se incluir Fidel Castro no grupo e dizer deles o que Machado de Assis disse dos Andradas: ''A natureza não produz muitos homens como aqueles''.

Segundo a Unesco, a cada doze segundos morre uma criança no mundo, por causas evitáveis. São raros os estadistas que podem dizer como Fidel: “nenhuma dessas crianças é cubana”. A pobreza em Cuba é uma pobreza que orgulha os cubanos. Nada de analfabetismo, ninguém dorme na rua. Ninguém passa fome. Hoje (20/02), pasmos, ouvimos no “Esporte espetacular” da Tv Globo: “toda criança cubana tem acesso a qualquer dos esportes olímpicos”. Ontem, incrédulos, ouvimos do Carlos Nascimento, da Tv do Silvio Santos, mais ou menos assim: “nossa equipe encontrou um povo mergulhado na pobreza, porém, muito orgulhoso e feliz”. Pense... Os índices de mortalidade infantil entre os menores do mundo, mesmo diante de mais de 40 anos de perverso bloqueio econômico imposto pelos EUA para arrasar a economia da ilha. E que a mídia global faz questão de omitir. Obrigado, Fidel!


Qualidade é democracia

Pretos, pobres, e quase-pretos, de tão pobres, estão ingressando no ensino superior aos milhares. Além de transformar suas vidas, a experiência pode levar a uma universidade mais democrática e menos branca. Mas há quem resista, com base numa visão liberal de mérito e qualidade. Mauro, 25 anos, catador de papel, órfão de mãe e filho de carroceiro. Estuda Educação Física na Ulbra, uma das melhores universidades do Rio Grande do Sul. Jorge e Ivan, grafiteiros, negros da periferia, curtem o hip-hop e oferecem oficinas culturais na Febem. São alunos da UniSalesianos, em Lins, interior de São Paulo. Marta, 26 anos, doméstica, trabalha em um bairro de classe-média de São Paulo, ajuda substancialmente a família, sonha em construir pontes. É estudante de engenharia na FEI, conceituada faculdade da Grande São Paulo.

Marta, Ivan, Jorge e Mauro vivem uma realidade comum. Constituem exceção e regra da juventude brasileira. A regra, porque são pobres, oriundos de comunidades cuja dignidade amiúde é posta em xeque pelas adversidades. Batalham no dia-a-dia para assegurar o próprio sustento e o do próximo. A exceção, porque, contra todos os prognósticos, chegaram à universidade e nela permaneceram. Em breve, vão se formar e pegar o diploma, elementos determinantes para a melhoria da renda, do orgulho próprio e da inclusão social.Eles e mais de 300 mil alunos de baixa renda são beneficiados em cursos de graduação de instituições particulares. Por meio de isenções fiscais às universidades privadas, o Prouni financia bolsas integrais e parciais para estudantes de comprovada baixa renda. Leia texto de Bruno Cava para Le Monde Diplomatique, divulgado por Uol [1].

E a África disse não

Surpresa: numa conferência em Lisboa, o continente excluído rechaça os acordos de "livre" comércio oferecidos pela Europa. Atitude pode sinalizar nova postura africana que repele "ajustes estruturais" e políticas da humilhação perpétua. Para grande prejuízo da arrogante Europa, o inimaginável aconteceu: num arroubo de orgulho e revolta, a África - que alguns acreditavam submetida, porque empobrecida, disse não. Não à camisa-de-força dos “Acordos de Parceria Economia” (APE). Não ao liberalismo selvagem das trocas comerciais. Não a esses últimos elementos do pacto colonial. (...) Já vai longe o tempo em que a Europa podia impor desastrosos programas de ajuste estrutural. A África agora os repele. E isso é muito bom. Confira o texto completo de Ignacio Ramonet para Le Monde Diplomatique divulgado por Uol [2].


Governo Lula tem sua melhor avaliação desde a posse, em 2003.

1. A avaliação positiva do governo Lula está em 52,7% pelos dados da pesquisa CNT/Sensus divulgados nesta segunda-feira (18/02). O número é recorde desde a 1ª posse do Presidente, em 2003, quando o índice ficou em 56,6%. A impressão negativa do governo caiu para 13,7%. 2. A avaliação do desempenho de Lula também está em alta. Na pesquisa, 66,8% dos entrevistados disseram que o aprovam, contra 28,6% de desaprovação. 3. A pesquisa também revela que 64,1% acompanham ou ouviram sobre o caso dos cartões corporativos. 4. Mesmo não podendo se candidatar a uma 2ª reeleição, Lula foi citado por 18,6% dos entrevistados, liderando as intenções de voto espontâneo. Seguido de José Serra, com 5,1% das intenções, Aécio Neves, com 3%, FHC, com 1%. Veja mais no Portal Vermelho, com informações do IG e da Reuters [3].

Comércio tem maior desempenho desde 2001, início da pesquisa, aponta IBGE.

O volume de vendas do comércio varejista no Brasil cresceu 9,9% no ano passado, em comparação com 2006, conforme pesquisa do IBGE, divulgada nesta segunda-feira (18). A receita nominal do setor aumentou 14,1% em 2007. Foi o maior aumento desde 2001, quando a pesquisa começou a ser realizada. As vendas no segmento de supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo cresceram 6,4% em relação a 2006, correspondendo a um terço da taxa de crescimento de todo o comércio do país. Segundo nota divulgada pelo IBGE, "esse desempenho refletiu as melhoras da renda e do emprego e a expansão do crédito". O segundo maior impacto no resultado total (24% na taxa global), foi o do ramo de móveis e eletrodomésticos. Bom desempenho pelo quarto ano consecutivo). Veja matéria e gráficos em UOL, Economia [4].


Receita detecta 15 notas frias na campanha de Serra.

A Receita Federal detectou notas fiscais frias emitidas por uma empresa fantasma e outra inidônea para o PSDB e para a campanha de José Serra à Presidência da República em 2002, revela reportagem da Folha de S.Paulo. A Receita Federal suspendeu a imunidade tributária do partido e o autuou em cerca de R$ 7 milhões. A empresa inidônea é a Marka Serviços de Engenharia, já desativada, pertencente a Márcio Fortes, ex-secretário-geral do PSDB. Auditores identificaram 15 notas frias, no valor de R$ 1,144 milhão, emitidas por quatro empresas, incluindo a Marka e a fantasma Gold Stone Publicidade e Propaganda – que não possui endereço físico e nunca recolheu um centavo de imposto. Justiça Eleitoral pode cassar o registro do PSDB, que nega a irregularidade. Leia texto de Leonardo Souza na Folha Online [5].


BRINDE: COMANDANTE – FILME DE OLIVER STONE SOBRE FIDEL E A REVOLUÇÃO CUBANA. IMPRESSIONANTES IMÁGENS HISTÓRICAS.

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