Os idos de Janeiro
Dia 5, Noam Chomsky vê na diplomacia a “única alternativa sã para o ciclo de violência que atinge desde o Oriente Médio até a Ásia Central e ameaça devorar o mundo”. Para ele, “um corolário é reconhecer que a violência somente gera mais violência. “Ajudaria se o governo de Obama, e o Ocidente, enfrentassem os motivos não declarados que movem a política na região”. Ler mais
Dia 5, Noam Chomsky vê na diplomacia a “única alternativa sã para o ciclo de violência que atinge desde o Oriente Médio até a Ásia Central e ameaça devorar o mundo”. Para ele, “um corolário é reconhecer que a violência somente gera mais violência. “Ajudaria se o governo de Obama, e o Ocidente, enfrentassem os motivos não declarados que movem a política na região”. Ler mais
Dia 17, a Assembléia Geral da ONU apoiou uma chamada de cessar fogo em Gaza, a retirada das tropas israelenses e a liberação do território palestino para ajuda humanitária. A resolução recebeu 142 votos favoráveis e quatro contrários: a Venezuela, por achar pouco enérgica a resolução; Estados Unidos, Israel e... Nauru (ver no Google), por aprovarem o massacre. Ler mais
Dia 19, a Anistia Internacional (AI) encontrou provas que demonstram o uso "indiscriminado" de fósforo branco por parte do Exército israelense em Gaza, o que qualificou de "crime de guerra", de acordo com a própria organização. Funcionários da ONU e de outras organizações humanitárias já haviam denunciado o uso da substância no território palestino. Ler mais
Dia 19, a chanceler israelense, Tzipi Livni, candidata oficial ao governo de Israel, declarou: “Nós procuramos alvejar os terroristas, e às vezes pode acontecer de civis serem atingidos na luta contra o terror”. Para ela, a morte de mais de 700 civis (muitas mulheres e crianças) foi "fruto das circunstâncias". “Estou em paz com o fato de termos feito", disse. Ler mais
Dia 26, o presidente Evo Morales saudou a vitória no referendo sobre a nova Constituição boliviana como o fim do Estado colonial. Tem razão: o tamanho máximo das propriedades rurais será de 5 mil hectares; os povos indígenas passam a ter direitos sobre a terra, os recursos florestais e hídricos; empresas estrangeiras serão obrigadas a reinvestir seus lucros na Bolívia. A copiar. Ler mais
Acordo humanitário
Alan Jara passou mais de sete anos se esquivando de bombas jogadas pelos militares contra seu cativeiro na selva. Ele disse na semana passada, logo após ser libertado pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que o presidente Álvaro Uribe em nada contribuiu com o fim do seu drama. “O presidente Uribe não fez nada para garantir nossa liberdade".
Ex-governador do Departamento do Meta, Jara foi capturado pelas Farc em 2001. Ele é o quinto refém a deixar o cativeiro em menos de uma semana por iniciativa da guerrilha. A operação humanitária teve apoio logístico do Brasil e uma emblemática hesitação do governo da Colômbia.
"As bombas caíam muito perto de nós", disse em coletiva de imprensa, sentado ao lado da esposa, Claudia, e do filho de 15 anos. "Na selva, o mundo está de ponta-cabeça, os rebeldes me protegiam e o Exército me alvejava (...). O medo não era de que os rebeldes me matassem, e sim o Exército."
Em ações de resgate anteriores, muitos reféns foram mortos pelo Exército da Colômbia.
As Farc ainda mantêm consigo 22 reféns políticos, que o grupo pretende trocar por cerca de 500 guerrilheiros presos. "Um acordo humanitário é a única forma possível de salvar as vidas dos que ainda estão lá", disse Jara. A proposta é antiga e não conta com a simpatia do governo colombiano.
Em quase sete anos de governo, Uribe recebeu bilhões de dólares dos EUA para combater a guerrilha e o narcotráfico. Hoje, o narcotráfico freqüenta os salões palacianos e, segundo Jara, milhares de jovens continuam aderindo às Farc. "As Farc não foram derrotadas por nenhum meio,... mas na selva há muitos guerrilheiros, a maioria deles jovens”.
A nova toupeira - os caminhos da esquerda latino-americana
A América Latina irrompe o século XXI diante de um novo dilema. Se a independência e os projetos nacionalistas estiveram na ordem do dia em outros momentos históricos, hoje o desafio é superar as políticas falidas do neoliberalismo. Esse é o ponto de partida em A nova toupeira, os caminhos da esquerda latino-americana, o novo livro de Emir Sader.
Com lançamentos em São Paulo, nesta segunda-feira (9), e no Rio nesta quinta-feira (12), o livro aborda as “incessantes contradições intrínsecas do capitalismo que não deixam de operar mesmo quando a “paz social” – a das baionetas, a dos cemitérios ou a da alienação – parece prevalecer”.
Como aponta o autor, “na virada para do terceiro milênio a América Latina surpreendeu o mundo ao contestar o modelo que até então reinava absoluto”. Assim, foram eleitos os presidentes latino-americanos que contrariavam “a proposta norte-americana de um tratado de livre-comércio para as Américas. Aprovada quase unanimemente em 2000, a ALCA foi rejeitada e enterrada em 2005”.
Para Emir, “O continente americano é o de maior grau de desigualdade no mundo – e, portanto, de injustiça –, situação que só se acentuou com a década neoliberal”. Mas, “os duros golpes sofridos pelo campo popular, tanto com as ditaduras quanto com as políticas neoliberais, não faziam pressagiar uma mudança tão rápida e profunda”.
Diante deste quadro, A nova toupeira procura entender em que medida o neoliberalismo permanece hegemônico, analisando a natureza dos atuais governos latino-americanos e propondo um debate fundamental para a compreensão das questões políticas de nosso tempo.
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