segunda-feira, 11 de maio de 2009

Outras mídias

O debate sobre o PIB: "estamos fazendo a conta errrada"

Quando o navio petroleiro Exxon Valdez naufragou nas costas do Alaska, foi necessário contratar inúmeras empresas para limpar as costas, o que elevou fortemente o PIB da região. Como pode a destruição ambiental aumentar o PIB? Simplesmente porque o PIB calcula o volume de atividades econômicas, e não se são úteis ou nocivas.

Na metodologia atual, a poluição aparece como sendo ótima para a economia, e o IBAMA vai aparecer como o vilão que a impede de avançar.

A análise é de Ladislau Dowbor

"Crescer por crescer, é a filosofia da célula cancerosa" - Banner colocado por estudantes, na entrada de uma conferência sobre economia.

PIB, como todos devem saber, é o produto interno bruto. Para o comum dos mortais que não fazem contas macroeconômicas, trata-se da diferença entre aparecerem novas oportunidades de emprego (PIB em alta) ou ameaças de desemprego (PIB em baixa). Para o governo, é a diferença entre ganhar uma eleição e perdê-la.

Para os jornalistas, é uma ótima oportunidade para darem a impressão de entenderem do que se trata. Para os que se preocupam com a destruição do meio-ambiente, é uma causa de desespero. Para o economista que assina o presente artigo, é uma oportunidade para desancar o que é uma contabilidade clamorosamente deformada.

Leia o texto integral de Ladislau Dowbor em Carta Maior (*)

Stiglitz: crise é resultado do pensamento da direita

“O pensamento da direita sobre a economia de mercado — provou-se agora — está errado”, disse o prêmio Nobel de Economia, Joseph Stiglitz, que participa em Portugal de debates sobre a crise econômica global.

Por Osvaldo Bertolino

“Não há dúvida sobre isso. A direita dizia que os mercados se regulariam por si, se ajustariam por si, que se houvesse algum problema os mercados arranjariam-se por si e muito rapidamente”, disse Stiglitz, acrescentando que também “havia a noção da sobrevivência dos mais fortes”.“Mas os bancos mais prudentes não sobreviveram — foram os bancos que arriscaram mais que sobreviveram”, recordou, sublinhando que por isso mesmo a crise “fragilizou todas as teorias da direita”.

“Os meus trabalhos sempre foram muito claros em afirmar que os mercados são em geral ineficientes quando a informação é imperfeita. E a informação é sempre imperfeita”, afirmou.“Os mercados financeiros têm tudo a ver com informação, por isso era óbvio que os mercados por si só não iriam funcionar bem”, sintetizou. Stiglitz prevê para os próximos tempos “uma economia global muito fraca”. “O cenário mais provável é o de crescimento negativo este ano e não-crescimento para o ano que vem”, disse.

Stiglitz não vê portas que possam conduzir a uma saída da crise tão cedo. “Anteriormente os países saíam das crises com exportações, mas quando temos uma desaceleração global e sincronizada, não há ninguém para quem exportar”, afirmou o economista, acrescentando que “o modelo que funcionou em 1997/1998 não vai funcionar agora”. Ele usa expressões duras como “depravação moral das instituições financeiras” para classificar o comportamento dos bancos que, na sua opinião, “roubaram os sonhos e o dinheiro de muitas pessoas”.

Leia texto integral de Osvaldo Bertolino no Portal Vermelho (*)

Os russos estão voltando

Flávio Aguiar

Quando a União Soviética se dissolveu, em 1991, houve uma repartição de poderes muito especial. Aos poucos, restaurou-se o espírito czarista, com estrutura e hierarquia religiosa e tudo, mas um czarismo renovado, adaptado às novas necessidades e circunstâncias de um capitalismo selvagem com predomínio no mundo inteiro.

“Os russos estão chegando!” é o título de uma excelente comédia de Norman Jewinson, de 1966, que ganhou dois Globos de Ouro em 1967: melhor comédia e melhor ator de comédia, com Alan Arkin. O roteiro é uma adaptação feita por William Rose, de um romance de Nathanael Benchley, “The Off-Islanders”, de 1961. No romance, eram alemães; no filme, são russos de um submarino que encalha à beira de uma ilha da Nova Inglaterra, nos Estados Unidos, em plena Guerra Fria.

O comandante russo envia um destacamento à terra, liderado pelo tenente Rozanov (Arkin), para conseguir barcos que ajudem o submarino a desencalhar. E daí vai-se a comédia, com o contraponto de uma tripulação russa apavorada e de habitantes da ilha que resolvem tomar nas mãos o “manifest destiny” de acabar com os então soviéticos.

Claro, não falta um clima de melodrama porque o marinheiro russo (John Phillpi Law) ensaia um namorico com a jovem norte-americana (Andréa Dromm), tudo supervisionado por um elenco de primeira.

Além de Arkin lá estão Jonathan Winters, Brian Keith, Eva Marie-Saint, Carl Reiner, gente de primeira, muito melhor do que os Reagan, Bush, Putin e outros de que teremos de tratar neste artigo. Não viu? Corra na locadora mais próxima, para matar as saudades dos bons tempos em que a Guerra Fria tinha colorações ideológicas.

É, porque a atual não tem. A atual virou uma disputa de posições como antes da Primeira Guerra Mundial. Como assim? Vamos lá.

Leia o texto integral de Flávio Aguiar no Pravda (*)

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