sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Provando do próprio veneno

A grande mídia é dona absoluta do poder da informação e, da forma como hoje se expressa, muito mais opinativa do que informativa, torna-se importante instrumento de dominação de corações e mentes. O que seria instrumento de liberdade de expressão tornou-se arma de discricionário poder que é exercido sem a menor timidez. No Brasil dos últimos anos a grande mídia vem estimulando as mais diversas ações políticas contra a reeleição do presidente Lula e, depois, pelo seu enfraquecimento político. As CPIs, instrumentos democráticos do exercício do contraditório, foram transformados em caixa de ressonância de políticos narcisistas ávidos pelos focos midiáticos. CPI para tudo, até para o “fim do mundo”.

A mais nova CPI, entretanto, é para apurar as falcatruas da própria mídia, por suspeitos negócios em transações internacionais de grande porte. Hoje, é a venda da TVA, do grupo Abril, de Veja, à poderosa Telefônica e ontem, foram os negócios suspeitos entre as Organizações Globo e a fortíssima Telmex. Como a mídia reage frente a essa CPI? Com a faca que o ministro Levandowski já identificara no pescoço do Supremo e que agora passou à garganta do Congresso Nacional, seja pela ameaça editorial, como fundamenta o blog do Mello, seja pelo corpo-a-corpo direto a forçar cada um dos 182 parlamentares a desistir de suas assinaturas, em nome da desmoralizada “liberdade de imprensa”. Veja abaixo:

A “faca no pescoço”, identificada pelo ministro Lewandowski no julgamento dos “mensaleiros”, passa dos ministros do STF para os deputados. Assustada com as 182 assinaturas para abertura da CPI que investigará o negócio suspeito da venda da TVA, do Grupo Abril, à poderosa Telefônica, a revista Veja reagiu de pronto: atribuiu a iniciativa a uma retaliação do acuado senador Renan Calheiros e “um atentado à liberdade de imprensa”. Em seu editorial sobre o fato, a faca no pescoço: “O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, tem poderes para deter essa marcha da insensatez, e se o fizer estará prestando um serviço à imagem da instituição que preside”. Resultado: seis deputados retiraram suas assinaturas. Com informações do Blog do Mello.

Força-tarefa da Abril pressiona Deputados para abortar CPI da Abril-Telefônica. A Editora Abril está em plena atividade para abortar a CPI da Abril-Telefônica. Dia 05/09/2007 - na maior movimentação de parlamentares na Câmara Federal - um grupo percorria as dependências da Casa, pedindo aos 182 deputados que assinaram o pedido da CPI que assinem outro documento, com um contra-pedido. O jornalista Gustavo José Batista do Amaral, assessor de imprensa do Grupo Abril, que participava da ação, admitiu a coleta, mas disse que não sabia dizer quantas assinaturas tinham conseguido porque havia várias pessoas abordando os parlamentares. Amaral também reconheceu que o Grupo Abril não podia realizar a operação. Leia no Portal Vermelho.

Lulafobia. Segundo o professor Dalmo Dallari estamos vivendo uma epidemia de Lulafobia: “...é que as elites até hoje não se conformaram em ver um operário na Presidência da República... e têm muito medo de que isso crie um hábito, ... e querem de qualquer maneira desmoralizar o presidente Lula, para impedir que na sua sucessão se repita alguma coisa parecida”. “... infelizmente, grande parte da imprensa age segundo essa Lulafobia. Grandes jornais brasileiros se tornaram verdadeiros boletins anti-Lula. Hoje não se pode ler com confiança o noticiário político dos grandes jornais. Eu mesmo tenho feito uma observação que durante anos utilizei os jornais como matéria de aula”. “Hoje... não confio naquilo que sai na grande imprensa”. Leia mais na Tribuna da Imprensa.

Receita Federal autua desvios de impostos: R$ 40 BILHÕES em 7 meses de 2007. Indústrias respondem por R$ 11 BILHÕES em irregularidades no pagamento de impostos. Esse valor corresponde apenas a 2.908 notificações. Isso deve explicar o CAN$AÇO de membros da FIESP. Bancos e outros serviços financeiros, como seguradoras, com apenas 366 autuações, geraram R$ 9,5 BILHÕES em créditos para a Receita. Isso deve explicar o CAN$AÇO da FEBRABAN. Entre as pessoas físicas, o primeiro lugar em geração de crédito tributário ficou com os proprietários e dirigentes de empresas com R$ 2,136 bilhões em apenas 1.230 autuações. Habituais sonegadores, querem detonar a CPMF para continuar a farra da sonegação. Fonte: Agência Brasil.

A publicação inglesa Container Management divulgou o ranking dos 120 maiores portos do mundo em movimentação de contêineres. No Brasil, apenas os portos de Santos, em São Paulo, e de Itajaí, em Santa Catarina, figuraram na lista. O porto de Santos subiu cinco posições em 2006 em relação a 2005, alcançando a 39ª colocação, com um total de 2 446 milhões de unidades equivalentes a contêineres de 20 pés. Santos ultrapassou os portos de Kobe (Japão), Salalah (Oman), Oakland (EUA), Osaka (Japão), Le Havre (França), Keelung (Taiwan) e Seatlle (EUA). Continuamos sem saber onde está a tão falada ineficiência dos portos brasileiros como Santos, Rio, Paranaguá e Itajaí. E o "apagão logístico" alardeado pela Globo, onde está? Confira no blog Logística eTransporte.

Suspeito usual pela crise aérea o governo foi logo relacionado às 199 mortes, por políticos e mídia, que nem esperaram pelos dados das caixas-pretas. Clóvis de Barros Filho, professor de Ética da Comunicação, não se surpreende: "Já não é de hoje que a mídia em geral tem apreço por endossar versões que deslegitimam a ação do Estado". (...) ...sinais de politização em uma cobertura jornalística que deveria ser técnica. (...) “... existe uma confusão propositadamente estabelecida com o intuito de fazer com que um caso gravíssimo e episódico seja inscrito numa crise ...que não tem nada a ver com esse acidente." Leia em Terra Magazine a entrevista de Barros Filho, da Escola de Comunicação e Artes da USP e da Escola Superior de Propaganda e Marketing.

BRINDE: CLIQUE NO TÍTULO: DIREITO À MEMÓRIA E À VERDADE E RECEBA EM ALGUNS SEGUNDOS AS 500 PÁGINAS EM PDF DO LIVRO EDITADO PELA COMISSÃO ESPECIAL SOBRE MORTOS E DESAPARECIDOS POLÍTICOS DA SECRETARIA ESPECIAL DOS DIREITOS HUMANOS DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. MAIS UM PASSO CONTRA O OBSCURANTISMO.

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